18 novembro 2016

QUAL A RECEITA CONTRA A DEPRESSÃO E O ESTRESSE

Certamente todos nós gostaríamos de uma “receita” com alguns tópicos que garantissem a salvaguarda de nosso bem estar e equilíbrio.

Chamou-me a atenção uma reportagem num jornal referente ao aumento de afastamento do trabalho por motivo de depressão e estresse.  Vários aspectos são abordados no decorrer da mesma, e um ponto importante é o fato de ser considerado como algumas das causas desse aumento o acesso a informações variadas devido à globalização, a exigência de resultados sobre-humanos por parte dos empregadores e a competitividade.
 Se procedermos a uma breve reflexão entenderemos que as causas sugeridas são coerentes e, o mais importante, preocupantes. O que fazer a esse respeito? Isto é, se o estresse e a depressão estão sendo diagnosticadas com maior frequência e suas causas parecem relacionadas ao dia-a-dia atual, como podemos nos “proteger” desses males?
Certamente todos nós gostaríamos de uma “receita” com alguns tópicos que garantissem a salvaguarda de nosso bem estar e equilíbrio. No entanto, ela não existe. O que nos resta é buscar formas para encontrar esse equilíbrio com nossos recursos disponíveis.
Se esperarmos que alguém, além de nós mesmos, tenha alguma atitude, podemos não “sobreviver” o tempo suficiente para usufruirmos dos resultados. Então, cabe a nós a iniciativa para que os cuidados conosco sejam garantidos.
Vivemos um período em que a satisfação pessoal duradoura fica em um segundo plano e no ambiente de trabalho não é diferente. Ansiamos por prazeres imediatos e não os duradouros. O momento atual assume o valor de “o mais importante” e isso nos leva a diversos comportamentos que podem nos lesionar em longo prazo.
Juntamente com a justificativa da competitividade deixamos de lado a fidelidade com nossos princípios ou mesmo com um amigo. Porém, o mais importante é que deixamos de lado, também, a atenção ao nosso bem-estar.
Esquecemo-nos que tão importante quanto o sustento do nosso corpo é preciso também alimentar a “alma”. Ou seja, ao nos violentarmos nos comprometendo com algo o qual não nos traz satisfação pessoal duradoura, impomos a nós mesmos um dia-a-dia de sofrimento contínuo.
Certamente pode-se afirmar que as compensações justificam tal sofrimento. Contudo, é importante avaliarmos se realmente são “compensatórias” ou se apenas respondem às solicitações do mundo, em contradição com o nosso real desejo.
Muitas vezes deixamos de lado nossas questões pessoais importantes para responder aos apelos sociais. Se tentarmos um movimento contrário, ou seja, se buscarmos nos conhecer ao ponto de sermos capazes de identificar o que nos fere, poderemos nos proteger com maior eficiência. Inclusive em situações de trabalho as quais podem culminar em estresse ou depressão. Isto é, situações que nos deixam exauridos de nossas forças e disposições e extremamente entristecidos com o rumo que nossa existência assumiu.
Então, ao cuidarmos de nosso bem-estar nos permitindo o “auxílio” necessário, poderemos, como consequência, aprimorar nossa eficiência. E, por conseguinte, os resultados gerais de nossos compromissos, sejam estes sociais ou profissionais, também sofrerão mudanças com esse cuidado.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

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