Certamente todos nós
gostaríamos de uma “receita” com alguns tópicos que garantissem a salvaguarda
de nosso bem estar e equilíbrio.
Chamou-me a atenção uma reportagem
num jornal referente ao aumento de afastamento do trabalho por motivo de
depressão e estresse. Vários aspectos
são abordados no decorrer da mesma, e um ponto importante é o fato de ser
considerado como algumas das causas desse aumento o acesso a informações
variadas devido à globalização, a exigência de resultados sobre-humanos por
parte dos empregadores e a competitividade.
Se procedermos a uma breve reflexão
entenderemos que as causas sugeridas são coerentes e, o mais importante,
preocupantes. O que fazer a esse respeito? Isto é, se o estresse e a depressão
estão sendo diagnosticadas com maior frequência e suas causas parecem relacionadas
ao dia-a-dia atual, como podemos nos “proteger” desses males?
Certamente todos nós gostaríamos
de uma “receita” com alguns tópicos que garantissem a salvaguarda de nosso bem
estar e equilíbrio. No entanto, ela não existe. O que nos resta é buscar formas
para encontrar esse equilíbrio com nossos recursos disponíveis.
Se esperarmos que alguém, além de
nós mesmos, tenha alguma atitude, podemos não “sobreviver” o tempo suficiente
para usufruirmos dos resultados. Então, cabe a nós a iniciativa para que os
cuidados conosco sejam garantidos.
Vivemos um período em que a satisfação
pessoal duradoura fica em um segundo plano e no ambiente de trabalho não é
diferente. Ansiamos por prazeres imediatos e não os duradouros. O momento atual
assume o valor de “o mais importante” e isso nos leva a diversos comportamentos
que podem nos lesionar em longo prazo.
Juntamente com a justificativa da
competitividade deixamos de lado a fidelidade com nossos princípios ou mesmo com
um amigo. Porém, o mais importante é que deixamos de lado, também, a atenção ao
nosso bem-estar.
Esquecemo-nos que tão importante
quanto o sustento do nosso corpo é preciso também alimentar a “alma”. Ou seja,
ao nos violentarmos nos comprometendo com algo o qual não nos traz satisfação
pessoal duradoura, impomos a nós mesmos um dia-a-dia de sofrimento contínuo.
Certamente pode-se afirmar que as
compensações justificam tal sofrimento. Contudo, é importante avaliarmos se
realmente são “compensatórias” ou se apenas respondem às solicitações do mundo,
em contradição com o nosso real desejo.
Muitas vezes deixamos de lado
nossas questões pessoais importantes para responder aos apelos sociais. Se
tentarmos um movimento contrário, ou seja, se buscarmos nos conhecer ao ponto
de sermos capazes de identificar o que nos fere, poderemos nos proteger com
maior eficiência. Inclusive em situações de trabalho as quais podem culminar em
estresse ou depressão. Isto é, situações que nos deixam exauridos de nossas
forças e disposições e extremamente entristecidos com o rumo que nossa
existência assumiu.
Então, ao cuidarmos de nosso bem-estar
nos permitindo o “auxílio” necessário, poderemos, como consequência, aprimorar
nossa eficiência. E, por conseguinte, os resultados gerais de nossos
compromissos, sejam estes sociais ou profissionais, também sofrerão mudanças com
esse cuidado.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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