A nossa história pessoal influencia
nosso modo de ver e agir quando diante de uma situação dolorosa.
No dicionário Aurélio uma das definições
para a palavra dor é “uma sensação
desagradável ou um sofrimento moral”. Isto é, podemos experimentar uma dor com
uma localização física em alguma região de nosso corpo e causadora de alguma
sensação desagradável. Ou uma dor a qual não é possível definir um local
preciso e nesse caso podemos chamá-la de psíquica ou emocional.
O importante é que ela ocasiona
diversas sensações além do sofrimento moral. Pois, a nossa história pessoal influencia
nosso modo de ver e agir quando diante de uma situação dolorosa. Nesse caso, é preciso alguns cuidados para tentar
minimizar suas sequelas.
Podemos nos afastar de situações das
quais sabemos de antemão que poderão nos causar sofrimento e evitaremos o
contato com elas. Assim, poderemos “garantir” não reviver uma história já
familiar para nós. No entanto, tal comportamento também pode cercear ocasiões
de prazer. Pois, ao nos privarmos do que pode nos fazer sofrer, também deixamos
de arriscar experimentarmos satisfações possíveis de sobrepujar o sofrimento.
Muitas vezes é impossível
eliminar definitivamente a causa da nossa dor por não estar em nosso poder tal possibilidade.
Resta-nos, então, buscar formas de lidar com as consequências de modo a nos
recuperarmos o mais rápido possível, para nos tornarmos aptos a usufruir de
nossa liberdade. Isto é, nossa capacidade de ampliar nossas possibilidades,
como destaca o filósofo Heidegger.
Sendo assim, se não possuímos o
poder de garantir a ausência da dor, podemos, ao menos, buscar formas de nos
prepararmos para lidar com ela do modo mais eficiente e profícuo possível. O nosso
repertório de histórias vividas pode representar aquilo que nos amedronta ou
nos fortalece. Jean Paul-Sartre acentua sermos totalmente livres para escolher,
apenas somos “condenados” a lidar com as consequências dessas escolhas.
Desse modo, cabe a nós
escolhermos qual das opções privilegiar: o medo ou a força. Ao optarmos pelo
medo poderemos nos “proteger”, contudo, sem garantias. Mas, se nossa opção for
pelo fortalecimento poderemos encontrar inúmeras possibilidades. E, assim,
ampliarmos nosso rol de alternativas.
Porém, para isso ocorrer é
preciso nos colocarmos a disposição de nos movimentarmos em prol de nós mesmos.
Ou seja, permitirmos um olhar cuidadoso e cauteloso para conosco. Contando, ou
não, com auxílio externo à nossa capacidade. Contudo, sem garantias da
totalidade da ausência ou da presença da dor, mas nos permitindo a tentativa.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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