Nos é tão óbvio o que é certo
ou errado que nos parece um total disparate quando alguém não consegue alcançar
uma conclusão semelhante à nossa.
Na época do ano em que nos
encontramos algumas pessoas perguntam-se para que tanto frenesi em torno de
compras, presentes, comidas, etc. Outros
questionam se há algum sentido em tal comemoração. Outros, ainda, querem saber
qual a razão da reunião familiar, quando ao longo de um ano se esteve tão
distante e desinteressado uns dos outros.
Não se pode perder do horizonte
que sendo seres singulares, nossas razões e justificativas também o são. É
comum a pergunta se algo está ou não correto. Julgamos a assertividade dos
eventos por nossos parâmetros e nem sempre nos damos conta disso. Nos é tão
óbvio o que é certo ou errado que nos parece um total disparate quando alguém
não consegue alcançar uma conclusão semelhante à nossa.
Somos, certamente, seres
históricos, isto é, existimos em um horizonte onde a história nos envolve. E do
mesmo modo nós, inseridos que estamos nesse horizonte, a envolvemos também. Então,
cada um de nós possuindo uma maneira singular de se relacionar com essa
história, constrói, do mesmo modo, o seu próprio horizonte histórico.
Sendo assim, a resposta para
tantas perguntas, questionamentos, críticas e defesas neste período, pode se assentar
no fato de que há, para cada um em particular, um significado diferente,
específico e individual. E, talvez, diante da necessidade de continuarmos
vivendo na partilha do tempo e do espaço em que nos encontramos, possa se fazer
necessário o exercício do respeito às individualidades.
Uma maneira de se colocar em
prática esse exercício, pode consistir em tentarmos compreender nossas próprias
razões e justificativas para nossas próprias respostas para essas perguntas.
Pois ao iniciarmos uma reflexão a respeito de nós mesmos, inevitavelmente,
estaremos refletindo sobre aqueles que coabitam o mesmo espaço e tempo que nós
neste aqui e agora.
Desse modo, poderemos atinar o
significado, para cada um em sua singularidade, do que representa essa época do
ano, em que o frenesi se faz presente e, assim, algumas pessoas sentem-se mais
ou menos excitadas, emotivas, animadas, desinteressadas, etc.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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