"Passamos despercebidos por uma
árvore recém florida, ou com suas folhas caídas ao chão formando um lindo e momentâneo
tapete, momentâneo, pois, ao primeiro vento se desfaz."
Neste período do ano é muito
comum uma retrospectiva dos momentos vividos durante todo o ano. Neste, em particular,
tem ocorrido muitos lamentos e reflexões num sentido mais voltado para a depreciação.
Busca-se a lembrança de bons momentos na tentativa de obscurecer os momentos
considerados ruins para, assim, dirimir as dores que eles possam ter causado.
Há quem diga ser necessário mudarmos
atitudes, conceitos, percepções, etc., no entanto, como proceder tal empreitada
pode ser uma questão recorrente. Então, talvez uma reflexão a respeito da
maneira como estamos conduzindo nossa existência possa ser uma forma de tentar alcançar
tal objetivo.
Numa observação simples podemos
notar que histórias envolvendo algum tipo de magia costuma alcançar certo
sucesso desde épocas mais remotas. Basta voltarmos nossa atenção para os
personagens Peter Pan e sua grande companheira a Fada Sininho, que ao adoecer gravemente
é solicitado aos espectadores que manifestem um gesto, o aplauso, para comprovarem
sua crença na existência da magia, de modo que ela possa se curar.
Então, podemos pensar... onde
está a magia? Como adicionar magia em
nossa existência tão “real”? E a resposta para essas questões pode ser que tenha
morada em nossa capacidade em acreditar. E, talvez seja necessário um gesto
concreto para que a magia se apresente para nós.
Numa era onde diversas verdades,
antes indubitáveis, são “destruídas” graças a pesquisas e desenvolvimentos,
parece ser uma árdua tarefa a de acreditar em algo considerado “irreal”. Porém,
pode ocorrer de não nos darmos conta de nossa participação diária nesse
processo destrutivo.
Em meio a tantas solicitações de
posturas assertivas e acertadas, podemos nos ver envolvidos em um pequeno mar
de opções que podem nos atordoar e dificultar uma postura mais autêntica em relação
ao nosso modo de perceber o viver.
Deixamos de lado comemorações simples
como, por exemplo, a chegada das estações do ano. Passamos despercebidos por
uma árvore recém florida, ou com suas folhas caídas ao chão formando um lindo e
momentâneo tapete, momentâneo, pois, ao primeiro vento se desfaz. Nos presenteamos
envoltos num apelo quase que estritamente comercial, ao invés de buscarmos a
magia nesse processo, a qual pode necessitar de nossa capacidade de observação e
aproximação junto ao outro.
Sendo assim, talvez a magia do
olhar seja simplesmente a atitude de olharmos magicamente para as coisas rotineiras
de nosso dia-a-dia. E percebermos que as relações que estabelecemos com elas
depende, especialmente, de nós. E, ao mudarmos nossa atitude estaremos, por
conseguinte, transformando, “magicamente”, nosso olhar.
QUE 2017 SEJA, ESPECIALMENTE, MÁGICO!!!
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
Perfeito!!! Obrigada pelo texto, Márcia!
ResponderExcluirÉ um exercício diário essa tal mudança de olhar; vez ou outra vem uma recaída para o pessimismo/ depreciação. Mas, no final das contas, é sempre construtiva a renovação (pra melhor!) do nosso olhar para a rotina. Que 2017 venha mais leve!!!
Patrícia Bonato.