Podemos estar tão
envolvidos e preocupados com o que pensarão a nosso respeito, que nos esquecemos
de ficar atentos ao que nós pensamos sobre nós mesmos.
Em nossa sociedade é comum nos
compararmos. É, desse modo, evidente a possibilidade de ocorrer um pouco de
exagero nessa conduta. No entanto, a competitividade dos nossos dias leva à
dificuldade em “resistirmos” à tentação de nos compararmos e, inclusive,
competirmos para sermos melhores ou, quiçá, “o melhor”.
Essa competição e comparação podem
nos levar a nos desapontamentos com nós mesmos diante dos resultados obtidos em
nossa rotina. Não é raro, inclusive, nos sentirmos insatisfeitos com algo em
nossa aparência ou mesmo em nosso modo de ser.
Convivemos com um estereótipo de
beleza e de modos de se comportar o qual tange a perfeição. Ele “propõe” que sejamos
magros, saudáveis, felizes, bem sucedidos, pacientes, justos, adequados,
sociáveis, entre tantas outras qualidades, as quais, definitivamente, apresentam-se
inatingíveis para quem é um simples mortal.
Sendo assim, o que nos resta? Nos
sentirmos mal conosco. O principal aspecto a ser atingido com isso é nossa
autoestima. E assim, como ter amor próprio se não somos como as regras da ordem
social ditam? Como estarmos satisfeitos conosco se precisamos alcançar o
estereótipo da perfeição?
A autoestima está diretamente
relacionada com a satisfação experimentada em nosso dia-a-dia. O que ocorre é estarmos
tão envolvidos e preocupados com o que pensarão a nosso respeito, que nos esquecemos
de ficar atentos ao que nós pensamos sobre nós mesmos. Com isso, deixamos de
prestar atenção às nossas qualidades e conquistas.
Então, se nos permitirmos um
olhar mais “carinhoso” para conosco, poderemos também melhorar nossos
sentimentos em relação a nós mesmos e, por conseguinte, melhorar nossa
autoestima.
Não estar satisfeito com os
próprios limites e querer ampliá-los é saudável, desde que não represente o
sacrifício de nosso bem estar. As pequenas conquistas podem se esvaecer quando
estamos mergulhados em situações à margem de nosso controle. No entanto é
importante estarmos conscientes de nossos limites e, o mais importante, de
nossas capacidades reais.
É preciso exercitar o respeito ao
outro, mas especialmente o respeito a nós mesmos. Há limites em nós que podem
ser ampliados, no entanto, há alguns limites pessoais que constituem nossa
característica e o qual não é passível de mudança. Nos resta, portanto,
identificar quais são uns e outros e nos movimentarmos em prol da mudança ou da
compreensão e aceitação de quem somos.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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