Um paralelo interessante pode
ser traçado entre tempo e seus significados, pois as facilidades atuais no
acesso a quaisquer informações, sejam elas relacionadas ao conhecimento ou ao
consumo, são quase assustadoras.
Ultimamente é comum ouvir alguém
destacar o quão veloz os dias transcorrem. Não raro é quando alguém se surpreende
com o adiantamento de uma data, quando imaginava que esta estaria distante.
Nesta ocasião é comum nos questionarmos se o tempo tem transcorrido com maior
velocidade do que ocorria “antigamente”.
Um paralelo interessante pode ser
traçado entre tempo e seus significados. Quando se pensa no “antigamente”
podemos ser levados a lembrar dos meados dos anos 50 ou 60, época em que os
meios de transporte e comunicação eram um tanto precários em comparação aos
atuais. Ou, ainda, a mudança do nosso acesso a informações, bem como às
disponibilidades de objetos. Ou seja, as facilidades atuais no acesso a
quaisquer informações, sejam elas relacionadas ao conhecimento ou ao consumo,
são quase assustadoras.
Na mesma velocidade ocorre a
profissionalização, e a necessidade de atualizar-se como alguém interessado em
manter-se ativo no mercado de trabalho (o qual se apresenta extremamente competitivo).
Nesse ínterim alguns momentos
significativos e importantes são, em muitas ocasiões, deixados ao segundo ou
terceiro planos. Isto é, privilegiamos as necessidades econômicas e suas
solicitações em relação ao nosso tempo disponível, em detrimento das outras
necessidades que possuímos, como as de prazer e satisfação.
A psicóloga Yolanda C. Forghieri,
em uma de suas palestras, lembrava da sugestão de um antigo professor seu. Ele
dizia ser importante observarmos pequenos momentos em nosso dia-a-dia, como o
som de um pássaro ou o farfalhar das folhas de uma árvore ao vento. E segundo
ela, esse gesto seria o elo entre nossa rotina desesperada e a possibilidade de
nos recordarmos que o tempo tem seu “tempo” para passar.
Então, se ficarmos atentos para o
significado do tempo individualmente e o relacionarmos com nossos afazeres
diários, poderemos encontrar a razão de ele representar algo tão distante de
nosso controle.
Em contrapartida quando prestamos
atenção a nós e aos nossos compromissos com as horas do dia, os dias dos meses
e os meses dos anos, poderemos, quiçá, experimentar um vínculo diferente com o
tempo. Capacitando-nos a rever nossos afazeres pessoais e profissionais. Desse
modo, poderemos nos tornar aptos a avaliar com maior comedimento as nossas
diversas relações com os outros, sejam esses “outros” pessoas, objetos ou
compromissos.
Sendo assim, sempre que nos
permitimos um olhar mais acurado a nós e à nossa rotina, podemos incorrer na
possibilidade de mudança, especialmente em relação ao significado do tempo para
nós.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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