10 fevereiro 2012

LIBERDADE: SONHO OU REALIDADE?

Uma das maiores expectativas em relação ao nosso desenvolvimento é adquirir a liberdade. Com ela imaginamos poder fazer tudo o que desejamos e gostamos. Imbuídos dessa ideia, em muitas ocasiões, nos expomos a situações no mínimo decepcionantes. No entanto, nem sempre conseguimos compreender o real motivo disso ocorrer. A psicóloga Lídia Rosenberg Aratangy, em seu livro Doces Venenos, assinala que liberdade consiste em algo bem diferente de “só fazer o que se gosta”. Segundo ela, quem só faz o que gosta é louco, e não, livre. Pois, para exercitarmos uma escolha livre, em primeiro lugar, necessitamos nos conhecermos a ponto de identificarmos com clareza o nosso desejo ou necessidade. Para então, só depois saber quais opções possíveis e entender as consequências de cada uma das possibilidades de ação. Assim, munidos desse repertório poderemos exercitar, com um pouco mais de chances de acerto, nossas escolhas. A isso se pode chamar liberdade. Aquela na qual consiste em colocarmos em prática nossa capacidade de escolha, como destaca Jean Paul Sartre, e inclusive ampliar nosso rol de possibilidades como distingui Martin Heidegger. No entanto, para exercemos de maneira plena tal liberdade, necessitamos também nos habituarmos a reflexões para nos permitir um conhecimento mais amplo acerca de nossas condições reais e de nossos desejos. Porém, nem sempre exercitamos o colocar em prática nossa capacidade em gerir nossas próprias ações. Muitas vezes depositamos no mundo a razão pelo nosso fracasso ou desilusão quando, na verdade, fomos os únicos artífices autores de nossas conquistas e perdas. Contudo, assumir tal responsabilidade consiste em aceitarmos nossa condição de liberdade vinculada às consequências de nossas ações. Mas, nem sempre estamos dispostos a aceitar tal condição. Pois, ela representa sermos os condutores de nosso destino. Desse modo, a melhor forma de buscarmos alcançar o “sonho de liberdade” é aprimorarmos as formas de conhecimento a respeito de nossas particularidades, para não nos tornarmos estranhos a nós mesmos. E assim, nos sentirmos confortáveis em nossa própria “casa”. Isto é, experimentarmos a sensação de familiaridade conosco e com nossos pormenores. Márcia A. Ballaminut Cavalieri Psicóloga CRP 06/95124 E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

6 comentários:

  1. Marcia concordo que só fazer o que se gosta e só gostar do que se faz é impossivel e não tão livre assim. No desejo de liberdade o mais importante é saber onde se quer chegar. Mesmo sem a certeza de alcançar o caminho da liberdade o mais livre é não deixar de caminhar jamais... abraço maria

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    1. Com certeza Maria... mais uma obrigada por seu acréscimo.

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  2. "...aceitar nossa condição de liberdade vinculada às consequências de nossas ações."
    Em todo grupo humano se faz necessárias e presentes regras e punições. A questão é entender e respeitar os valores e regras do nosso grupo e assim sermos o mais livres possível.

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    1. Isso mesmo, o grande segredo está em entendermos viver em sociedade e nos submetermos às suas regras para que todos possam CONVIVER.
      Abraços.
      Márcia.

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  3. "Não creio, no sentido filosófico do termo, na liberdade do homem. Todos agem não apenas sob um constrangimento exterior mas também de acordo com uma necessidade interior."
    Albert Einstein

    Texto reflexivo, amo textos que fazem pensar! Diferente daqueles que me obrigam a aceitar o que se diz.

    Acredito que só podemos ser verdadeiramente livres quando amamos, de outra forma vivemos cativos as leis que nos obrigam a fazer o que é "bom".

    Parabéns pela abordagem! Abçs

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    1. Mais uma vez obrigada por seu comentário André.
      Sempre que nos permitimos refletir crescemos.
      Acredito que é nosso dever dividir nossas capacidades, por isso a reflexão é tão importante para mim.

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