É muito comum o sentimento de ser
vítima em relação a algo ou alguma situação. Uma reflexão a respeito desse
sentimento pode levar a compreensão de alguns acontecimentos, os quais causam
sensações desagradáveis das quais não somos capazes de atinar a origem.
A todo o momento tomamos
decisões. Nem sempre nos damos conta disso, ou mesmo, em um grande número de
ocasiões, não acreditamos termos tido alguma opção para praticar tal escolha.
Porém, sempre escolhemos entre ao menos duas possibilidades.
É comum buscar justificar nossas inconstâncias
com a ausência de opções. Explicamo-nos com esse argumento e nos sentimos
“confortáveis” com isso. Não obstante, tão comum quanto nos sentirmos vítimas é
experimentarmos dissabores e sermos incapazes de localizar a razão.
Insegurança, medo, ansiedade, tristeza, depressão, entre tantos outros
sentimentos, podem nos acometer sem nos darmos conta de poder estar em nosso
poder a precaução deles.
Se buscarmos uma compreensão e
nos localizarmos como autores dos acontecimentos que nos envolvem e não como vítimas,
incorremos em uma grande possibilidade de assumirmos o controle de muitas
situações. Inclusive aquelas as quais julgávamos serem impossíveis de culminarem
em uma solução satisfatória.
Contudo, ao nos tornarmos autores
de nossa história, ou seja, assumirmos sermos responsáveis por nossas escolhas
envolve também assumirmos as consequências que as acompanham. Não estamos
isentos dessas consequências mesmo quando nos colocamos como vítimas. O que
pode ocorrer é experimentamos a ilusão a respeito da possibilidade de não
termos participado do curso dos acontecimentos.
Sendo assim, a nossa principal opção
é a manutenção do status-quo, ou
seja, o cuidado para que tudo permaneça do mesmo modo que está. Assim, não corremos
risco algum. Entretanto, isso nos mantém, também, impossibilitados da oportunidade
de experimentar aqueles benefícios inimagináveis quando estamos envolvidos no
“conforto” da posição de vítima.
A decisão de mudar um jeito de
ser e arriscar experimentar dissabores diferentes pode assustar em um primeiro
momento. Mas, como afirmou o filósofo
Sartre: o que nos acontece é de grande monta, no entanto, mais importante é o
que fazemos a partir de então. Sendo assim, estamos sujeitos a muitas
intempéries, das quais podem nos conduzir a dissabores os mais variados. E, a
opção de não tomar nenhuma atitude é uma possibilidade. Contudo, nos cabe a
consciência de que tal decisão envolve consequências e nós vamos lidar com elas,
independente do nosso desejo.
Então, ao assumirmos a posição de
autores, corremos o risco de ampliar nossas alternativas e, com isso,
estendermos nossa capacidade para a liberdade como sugeriu o filósofo
Heidegger.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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ExcluirMárcia, a liberdade é apavorante! Mas ela é maravilhosa, pois, por meio dela, assumimos as rédeas de nossa existência. Se somos vítimas, somos da nossa própria covardia de assumirmos nossa liberdade de pensar e decidir.
ExcluirParabéns!
Olá Sandro!!!
ExcluirMuito obrigada por seu comentário e especialmente por ter gostado do texto!!!
A capacidade de refletir é um exercício que nos permite desenvolver nosso potencial!!!
Abraço.
Marcia.