01 novembro 2013

NOSSAS ESCOLHAS ANTECEDEM NOSSOS ATOS?

Ao encararmos nossos atos como eventos inevitáveis, experimentamos o conforto da isenção de nossa participação na sequência dos fatos. Ou seja, nos permitimos acreditar que nossas escolhas influenciam em uma proporção quase insignificante situações que consideramos alheia às nossas forças.
No entanto, algumas afirmações na filosofia destacam que escolhemos a tal ponto, que o fazemos antes mesmo de optar a quem solicitamos auxílio para a resposta a uma pergunta. O filósofo Jean Paul-Sartre salientava esse aspecto de nossa habilidade em escolher. Desse modo, o que cremos constituir um ocorrência alheia à nossa vontade, pode apenas representar o resultado de escolhas feitas por nós sem nos apercebermos desse fato.
Quando somos conscientes de que algo pode ser nocivo ao nosso bem estar, seja ele de ordem física ou psíquica, esse conhecimento nos torna “cúmplices” das consequências advindas das escolhas realizadas por nós. Assim, ao compreendermos o peso de nossas decisões, podemos experimentar algum desconforto no que concerne nossa participação ativa no desenrolar de nossa história pessoal.
Isto é, somos artífices de nosso projeto de vida, mas de uma forma mais intensa do que, na maioria das vezes, nos permitimos acreditar ou, refletir. Então, ao nos negarmos vislumbrar que nossas escolhas podem anteceder nossos atos, também recusamos nossa capacidade de organizar os eventos de nossa existência de modo a nos proporcionar maiores situações de prazer do que o inverso.
A cultura atual conclama a velocidade para praticamente tudo: informações, atitudes e resultados. Contudo, ao nos envolvermos nesse processo veloz, corremos o risco de não nos darmos conta que, na contramão disso, está nosso desejo em apreciar, saborear e usufruir das oportunidades de prazer que o existir nos disponibiliza.
Por isso, talvez mereça nosso apreço o fato de que nossos desejos de satisfação e realização, constituem uma presença constante em nosso dia-a-dia. E, desse modo, pode ocorrer que ao cuidarmos de nossas escolhas, cientes de que elas participam de nossos atos bem como dos eventos subsequentes a eles, possibilitemos a nós mesmos, maiores chances de conclusões mais próximas dos nossos desejos iniciais. E, unido a isso, o sentimento de realização o qual permanece conectado à nossa participação ativa em prol de nosso próprio bem estar.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

2 comentários:

  1. Perfeita como sempre.
    Se tiver algo a perder não se envolva, mas, ficar a margem é pior.
    Obrigado.
    Beijo
    Fique com DEUS
    Normando

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  2. Seu carinho é muito gratificante Normando...
    Obrigada.
    Bjs.
    Márcia.

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