Não é incomum nos encontrarmos
apartados de alguém ou alguma situação a qual desejaríamos que seu final não
fosse concretizado. No entanto, muitas de nossas escolhas nos conduzem a
finalizações as quais nem sempre constituem algo que escolheríamos “conscientemente”.
Importante
estarmos atentos ao fato fazermos escolhas todo o tempo e ao colocarmos essa
prática em uso exercitamos a liberdade definida pelo filósofo Jean-Paul Sartre.
Porém, ao mesmo tempo, precisamos nos lembrar que deixamos ao menos uma opção
sem ser escolhida.
Por
isso, pode ser preciso voltarmos nossa atenção para o fato de essas escolhas
não constituírem algo o qual não nos damos conta. O que pode ocorrer em muitas
ocasiões é não admitirmos nosso envolvimento nas ocorrências as quais
consideramos indesejáveis.
Nesse
momento pode ser tentador responsabilizarmos qualquer outro pela escolha que nós
fizemos. Assim, abrandamos nossas dores e podemos adquirir um “fôlego” enquanto
não somos capazes de lidar com a realidade de nossa dor e nosso envolvimento
nela.
Sendo
assim, ao nos depararmos com algum tipo de frustração, especialmente quando
somos apartados de algo que consideramos essencial para nós, é necessário
analisarmos nossas escolhas para nos sentirmos seguros com ela. E, assim sermos
capazes de aceitarmos que vivemos, no momento presente, o que de melhor pudemos
disponibilizar para o nosso bem estar.
Contudo,
a sensação de segurança com uma escolha não representa que devemos festejá-la
com fogos de artifício. Pode ocorrer de nos sentirmos derrotados e com o desejo
de nos escondermos de tudo e de todos.
Tal
conduta constitui um processo natural de nosso luto pela perda de algo ou
alguém. Todavia, há a necessidade de nos permitirmos vivenciar o sofrimento que
tal sensação ocasiona, para nos habilitarmos a reconstruir todo o nosso
potencial e nos refazermos de modo mais fortalecido.
É
comum experimentarmos a sensação de impossibilidade de tal tarefa. Contudo, se nos permitirmos a ocasião de
lamentarmos o que nos entristece e vivenciarmos todos os processos envolvidos
nesse lamento, nos colocamos diante da possibilidade de nos reerguermos aptos a
novas empreitadas. Transformando a dor em oportunidade.
Márcia A.
Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP
06/95124
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