11 julho 2014

QUEM ESCOLHE?

De acordo com o filósofo Jean-Paul Sartre escolhemos a todo o momento. Porém, uma questão importante: assumimos nossas escolhas? E, mais importante ainda: assumimos que escolhemos?
Nem sempre constitui algo simples acatarmos a ideia de que nosso “destino” está totalmente relacionado às nossas escolhas. Em algum momento podemos nos sentir acentuadamente decepcionados com nossa condição presente. Então, uma explicação totalmente a contento seria a de termos sido simples marionetes do tempo, e que nossos desalentos não constituem algo pelo qual devemos nos responsabilizar.
Entretanto, se considerarmos a afirmação de Sartre, seremos indubitavelmente conduzidos a uma reflexão, no sentido de averiguarmos qual nossa cota de responsabilidade pelo sucesso ou não de nossas empreitadas.
Pode ocorrer de não sermos suficientemente fortalecidos para sustentar a noção de que nossas dores nos pertencem, bem como a possibilidade de faze-las se esvanecer. Contudo, enquanto não assumirmos nosso papel fundamental em nosso existir, não possuiremos a possibilidade de mudança e, quiçá, a oportunidade de nos satisfazermos com as escolhas as quais fazemos.
Em alguns momentos torna-se demasiado tentador depositarmos em algo ou alguém a razão pela qual experimentamos nossos dissabores. Desse modo, nos isentamos da assumpção da necessidade de agirmos em prol de nosso próprio bem estar.
Assim, no papel de vítimas, permanecemos estáticos em um ponto, do qual não é possível o desenvolvimento e, desse modo, ampliamos a oportunidade do adoecimento, como afirma o filósofo Heidegger que atesta adoecermos quando paralisados no tempo passado ou futuro. Impossibilitando qualquer ação nossa passível de mudar a condição atual em que nos encontramos. Por isso, cabe a nós a escolha de assumirmos ou não que escolhemos e, o meia importante, necessitamos lidar com o que essas escolhas ocasionam.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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