De acordo com o filósofo
Jean-Paul Sartre escolhemos a todo o momento. Porém, uma questão importante:
assumimos nossas escolhas? E, mais importante ainda: assumimos que escolhemos?
Nem sempre constitui algo simples
acatarmos a ideia de que nosso “destino” está totalmente relacionado às nossas
escolhas. Em algum momento podemos nos sentir acentuadamente decepcionados com nossa
condição presente. Então, uma explicação totalmente a contento seria a de termos
sido simples marionetes do tempo, e que nossos desalentos não constituem algo
pelo qual devemos nos responsabilizar.
Entretanto, se considerarmos a
afirmação de Sartre, seremos indubitavelmente conduzidos a uma reflexão, no
sentido de averiguarmos qual nossa cota de responsabilidade pelo sucesso ou não
de nossas empreitadas.
Pode ocorrer de não sermos
suficientemente fortalecidos para sustentar a noção de que nossas dores nos
pertencem, bem como a possibilidade de faze-las se esvanecer. Contudo, enquanto
não assumirmos nosso papel fundamental em nosso existir, não possuiremos a
possibilidade de mudança e, quiçá, a oportunidade de nos satisfazermos com as
escolhas as quais fazemos.
Em alguns momentos torna-se
demasiado tentador depositarmos em algo ou alguém a razão pela qual experimentamos
nossos dissabores. Desse modo, nos isentamos da assumpção da necessidade de agirmos
em prol de nosso próprio bem estar.
Assim, no papel de vítimas,
permanecemos estáticos em um ponto, do qual não é possível o desenvolvimento e,
desse modo, ampliamos a oportunidade do adoecimento, como afirma o filósofo
Heidegger que atesta adoecermos quando paralisados no tempo passado ou futuro.
Impossibilitando qualquer ação nossa passível de mudar a condição atual em que
nos encontramos. Por isso, cabe a nós a escolha de assumirmos ou não que
escolhemos e, o meia importante, necessitamos lidar com o que essas escolhas
ocasionam.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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