Em muitas ocasiões buscamos um
limiar claro e definitivo para o que podemos considerar adequado ou não para
nós. Comumente, usamos como parâmetro algumas generalizações, isto é, tomamos
por base o que, aparentemente, funciona para a maioria e, desse modo, assumimos
a ideia de que constitui algo adequado para nós também.
Não se pode negar que em muitos
casos esse procedimento possui certo grau de assertividade. No entanto, não é
raro nos depararmos com situações às quais parece não nos satisfazer a escolha
do que a maioria considera adequado. Nesse caso, precisamos nos lembrar de que
somos indivíduos singulares e assim, pode ocorrer de algo geral não representar
o ideal para a singularidade de nosso existir.
Algo não muito fácil consiste em
procedermos, embasados em nossas particularidades, de tal modo a nos habilitarmos
a considerar as escolhas com maior probabilidade de acerto. Para isso, é necessário nos conhecermos, bem
como nossos medos e desejos.
Contudo, a sociedade atual na
qual estamos inseridos nos convoca a buscarmos, de alguma maneira, a semelhança
em comportamentos, pensamentos e escolhas. O que pode minimizar angústias e
inseguranças relacionadas às diferenças e suas consequências.
De algum modo, o significado da diferença
tem assumido um valor, muitas vezes, pejorativo. Porém, se nos recordarmos da
singularidade que somos, tal descrédito para com o diferente se esvai.
Sendo assim, pode ser preciso um exercício
constante de nossa parte na busca do conhecimento acerca de nós mesmos. Para,
desse modo, nos tornarmos capazes de respeitarmos nossos limites em relação ao
que somos capazes de suportar. Sejam esses limites correspondentes a alegria ou
tristeza.
É preciso, no entanto, estar
constantemente presente a consciência de que tal proceder já constitui uma
singularidade e, assim, algo diferente. Mas, se nos possibilitarmos tal
atitude, poderemos nos habituar ao diferente e, por conseguinte, assumirmos de
forma mais integrada a nossa singularidade. Transformando, dessa forma, nossa existência
em algo o qual nos proporcione um maior número de satisfações em contrapartida
dos desalentos.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga – CRP 06/95124
E-mail – marciabcavalieri@hotmail.com
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