Não estamos acostumados a lidar
com frustrações. Porém, elas fazem parte de nosso dia-a-dia, mesmo ao desejarmos
não nos vermos contrariado ou impedido de fazer algo muito desejado ou mesmo,
assistir alguém ter um comportamento que não concordamos e o qual não temos
como impedir.
Muitas pessoas buscam tratamentos
médicos para ansiedades, iras incontroladas, acessos de raiva ou mesmo angústia
sem falar nas síndromes, como o pânico. Busca-se nos medicamentos disponíveis a
solução para as dores que acompanham as frustrações. Mas o fato é, apesar do
sofrimento que elas proporcionam também propiciam nosso desenvolvimento
emocional.
Percebe-se, nos dias de hoje, uma
tentativa de distanciamento com relação a sentimentos e emoções. Desde cedo buscamos
nos poupar das contrariedades como se fossem algo extremamente prejudicial ao
nosso existir. Contudo, nos esquecemos da importância de se conhecer a dor para
que se possa buscar, com ardor, não senti-la.
Entretanto, aprendemos tanto a
fugir da dor que nos esquecemos de vivê-la no momento em que ocorre, para que,
assim, possamos tirar proveito da situação em que estamos envolvidos e podermos
fortalecer nosso potencial emocional. E, então, lidar com as dificuldades
diárias que fazem parte do nosso viver.
Até que ponto agimos da melhor
maneira ao nos pouparmos dos males diários presentes no risco em estar vivo? E,
além disso, podemos nos preocupar em poupar todos aqueles que fazem parte de
nossa responsabilidade como filhos e cônjuges. Na justificativa do amor nos
sentimos no direito de “impedir” o sofrimento daqueles a quem amamos e talvez
impedimos que se desenvolvam.
Mas esse comportamento pode
sufocar quem pretende ser a “barreira” contra as mazelas do mundo, e,
proporcionar a sensação de falha, trazendo à tona a frustração. Com certeza
essa também possibilita o crescimento emocional. Contudo, em alguns momentos,
precisamos de auxílio para entender o que nos leva a ter atitudes como essa. E
principalmente, para sermos capazes de detectar esse tipo de comportamento em
nosso padrão e então podermos nos poupar de um desgaste inútil e desnecessário.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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