22 maio 2015

FRUSTRAÇÕES

Não estamos acostumados a lidar com frustrações. Porém, elas fazem parte de nosso dia-a-dia, mesmo ao desejarmos não nos vermos contrariado ou impedido de fazer algo muito desejado ou mesmo, assistir alguém ter um comportamento que não concordamos e o qual não temos como impedir.
Muitas pessoas buscam tratamentos médicos para ansiedades, iras incontroladas, acessos de raiva ou mesmo angústia sem falar nas síndromes, como o pânico. Busca-se nos medicamentos disponíveis a solução para as dores que acompanham as frustrações. Mas o fato é, apesar do sofrimento que elas proporcionam também propiciam nosso desenvolvimento emocional.
Percebe-se, nos dias de hoje, uma tentativa de distanciamento com relação a sentimentos e emoções. Desde cedo buscamos nos poupar das contrariedades como se fossem algo extremamente prejudicial ao nosso existir. Contudo, nos esquecemos da importância de se conhecer a dor para que se possa buscar, com ardor, não senti-la.
Entretanto, aprendemos tanto a fugir da dor que nos esquecemos de vivê-la no momento em que ocorre, para que, assim, possamos tirar proveito da situação em que estamos envolvidos e podermos fortalecer nosso potencial emocional. E, então, lidar com as dificuldades diárias que fazem parte do nosso viver.
Até que ponto agimos da melhor maneira ao nos pouparmos dos males diários presentes no risco em estar vivo? E, além disso, podemos nos preocupar em poupar todos aqueles que fazem parte de nossa responsabilidade como filhos e cônjuges. Na justificativa do amor nos sentimos no direito de “impedir” o sofrimento daqueles a quem amamos e talvez impedimos que se desenvolvam.
Mas esse comportamento pode sufocar quem pretende ser a “barreira” contra as mazelas do mundo, e, proporcionar a sensação de falha, trazendo à tona a frustração. Com certeza essa também possibilita o crescimento emocional. Contudo, em alguns momentos, precisamos de auxílio para entender o que nos leva a ter atitudes como essa. E principalmente, para sermos capazes de detectar esse tipo de comportamento em nosso padrão e então podermos nos poupar de um desgaste inútil e desnecessário.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

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