Vive-se hoje a valorização do
temporal, do efêmero, do passageiro, que nos leve ao prazer a qualquer custo. A
busca da satisfação não tem preço. Desde a mais tenra idade somos “induzidos” a
sermos ágeis e rápidos no pensar e agir. Quanto mais afinados com esses
princípios mais possibilidades de sucesso nos é prometido.
Assim, acreditamos nos tornarmos
totalmente livres e escolhermos o que quisermos, não atentamos para a
possibilidade de estarmos nos escravizando às solicitações do mundo e nos
generalizando. Agindo assim, nos
tornamos uniformes no que tange aos desejos e conquistas. Porém, somos
singulares. Cada um de nós tem seu tempo e velocidade para agir, pensar e
elaborar.
Na corrida para alcançarmos o
prometido sucesso, deixamos de lado o pensar. Pensar sobre nós, nossa
existência, nossos companheiros, nossos familiares, nossos sonhos e desejos,
nossos dissabores, etc.
O poder escolher representa nossa
liberdade, entretanto também nos amedronta. Pois, ao assumirmos nossa liberdade
em optar assumimos também as consequências dessas escolhas e a responsabilidade
consequente a elas.
Ana Maria Feijó, psicóloga, destaca
em seu livro “Interpretações fenomenológico-existenciais para o sofrimento
psíquico na atualidade”, que as enfermidades as quais afligem nosso psiquismo
na atualidade, são marcadas pelo excesso e pela urgência diante das
oportunidades do mundo. Deve-se viver intensamente, aproveitando tudo e todo o
tempo para que não haja desperdício deles. Diante disso, pode-se deparar com a
insistência em aproveitar tudo ou a desistência por não ser capaz de alcançar
seu máximo e usufruir de “todas” as possibilidades disponíveis. Daí, o
sofrimento se manifesta de diversas maneiras.
Rotular o sofrimento humano
torna-se indispensável. Síndromes e transtornos com nomes suntuosos e extensos
faz com que nos sintamos integrados. Contudo, se nos dispusermos a relembrar
que somos livres para escolher, poderemos optar por lidar de um modo diferente
do usual com nossos limites, os quais se tornam evidentes quando de nossos
sofrimentos diversos.
Sendo assim, quando atentamos
para quem somos e como lidamos com nossas dores e alegrias de modo pessoal,
individual, singular... nos tornamos os indivíduos únicos que somos em
realidade e, por conseguinte, mais capacitados a lidar com nossos limites
minimizando nossos dissabores.
Ps: Com carinho para o Higor.
Ps: Com carinho para o Higor.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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