É importante termos ao alcance de
nosso entendimento alguns limites, para não iniciarmos um processo que culmine
em frustrações. E deste modo, abrirmos caminho para culpas nem sempre bem-vindas
e às quais prejudicariam os relacionamentos.
Em uma conversa alguém questionou
o porquê de algumas pessoas fazerem coisas das quais não gostam. No exemplo comentou
haver alguns conhecidos seus que não concordam com determinado tipo de
comemoração, por exemplo, a passagem de ano, mas, mesmo assim, comemoram o
evento com toda pompa.
Uma reflexão a respeito pode
iniciar com os significados diversos que o referido evento tem para cada um.
Para alguns pode significar a oportunidade de deixar para traz tudo o que, de
algum modo, foi desagradável. E assim, fazer o início de um novo ano significar
uma nova oportunidade para uma etapa diferente em seu conviver.
Outros podem não entender o
sentido disso, tendo em vista ocorrer apenas uma mudança de dia no calendário,
como ocorre com todos os outros durante todo o ano em todos os anos. Sem haver,
por isso, nenhuma situação diferente para justificar tamanha mobilização como
acontece.
Entretanto, podemos sempre
lembrar que por sermos seres que se desenvolvem quando em grupo, estamos também
subordinados há algumas regras de convivência, entre elas a de ceder, em alguns
momentos, aos nossos caprichos em satisfação de outrem. Isto é, em alguns
momentos nos encontraremos em situações as quais solicitem de nós o deixar de
lado a satisfação de um desejo para que outro possa experimentar tal
satisfação.
Então, outra questão pode tomar
lugar: O que nos leva a essa atitude? Devemos entender que nem sempre estamos
dispostos a tal comportamento e, deste modo, em alguns momentos poderemos nos
ver em situações que nos contrariam e das quais gostaríamos de fazer sobressair
nosso desejo.
A convivência em grupo, porém,
nos molda de tal forma a não ser raro nos encontrarmos inibindo alguns desejos
nossos em benefício de alguém que nos é caro. Certo, contudo, é muitas vezes
nos depararmos com diversas repressões que nós mesmos nos impomos. Talvez no
intuito de permitir àqueles que nos são queridos experimentar a satisfação.
Mas, é importante termos ao
alcance de nosso entendimento alguns limites, para não iniciarmos um processo
que culmine em frustrações. E deste modo, abrirmos caminho para culpas nem
sempre bem vindas às quais prejudicariam os relacionamentos, especialmente com
aqueles a quem mais queremos agradar.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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