O ser humano desenvolveu-se
muito a partir das trocas realizadas entre eles. E essas para ocorrerem
necessitam da convivência e do contato.
Um pensamento que ocorre mais do
que imaginamos é o de viver acompanhado e, apesar disso, sentir-se só. É
possível observar alguém cercado de pessoas o qual experimenta o sentimento da
solidão. Aqueles que vivem cercados de pessoas e, entretanto não “convivem”. Normalmente
ocorre de morarem em uma casa da qual saem e retornam em horários
desencontrados com os outros moradores, não se estabelece, assim, nenhum
diálogo mais aprofundado.
Não são poucas as pessoas capazes
de percorrer uma semana inteira sem contato com os filhos ou irmãos residentes
na mesma casa. Ou, quando se encontram, nem sempre trocam palavras além das
extremamente necessárias. Há quem inclusive afirme ser essa uma relação
desejada.
O ser humano, contudo, desenvolveu-se
muito a partir das trocas realizadas entre eles. E essas para ocorrerem
necessitam da convivência e do contato. Num simples exemplo no qual se tem algo
que se deseja trocar, é necessário, ao menos, sermos capazes de dialogar ao
ponto de nos entendermos com aquele com quem desejamos a troca.
Atualmente temos diversos modos
de nos isolarmos. É comum ter-se no próprio quarto um televisor, um computador,
um telefone. Ou seja, “ferramentas” as quais permitem nos relacionarmos com muitas
pessoas, mas ninguém pessoalmente. Desse modo o isolamento fica garantido.
O individualismo exacerbado é a
contra mão do desenvolvimento humano e pessoal. Principalmente ao ter em vista o
fato de a humanidade ter-se desenvolvido a partir das trocas e dos
relacionamentos que estabeleceu. A história das diversas culturas até nos
apresenta exemplos disso.
Entretanto, à medida que o
relacionar-se torna-se difícil e a modernidade nos apresenta modos fáceis de
“fugirmos” desse processo. Damos início a um isolamento que nos conduz a um
retrocesso do qual podemos nos dar conta apenas quando já estejamos sofrendo
suas consequências. É, então, necessário nos mantermos atentos ao modo como
convivemos com quem faz parte de nosso dia-a-dia. Para exercitarmos a
capacidade de perceber quando damos início a tal isolamento.
Também não podemos nos esquecer
da importância de alguns momentos de solidão para a organização de pensamentos
e decisões. Mas, assim como cuidamos do nosso corpo e de nossa saúde física,
precisamos cuidar do nosso bem estar psíquico. Diferenciando os momentos de
reorganização daqueles que nos distancia das possibilidades de desenvolvimento
pessoal. E, para isso, é necessário permitirmo-nos o contato com quem se
propõem a contribuir para tal desenvolvimento.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Nenhum comentário:
Postar um comentário