Certamente, estarmos em paz com
quem somos é algo importante e almejado. Mas a questão é: esse “estar em paz”
representa uma satisfação ou apenas um conformismo.
Nos habituamos com quem somos.
Então, a mudança, em qualquer nível, demandará, sempre, um grande investimento
de nossa parte. Porque necessitamos estar dispostos a ela, ou ao menos,
receptivos. E isso nem sempre representa algo simples.
Estabelecemos algumas normas de
conduta para nós mesmos e não percebemos isso, pois tal processo ocorre de modo
imperceptível. São os nossos modos de ser que, inclusive, nos protege dos
sofrimentos e decepções. Mas, também são esses mecanismos de proteção que podem
nos limitar ou, até mesmo, frear iniciativas que permitam nosso desenvolvimento
mediante certos riscos.
Por isso, olhar para quem somos e
decidir pela mudança de alguns pontos não compreende uma tarefa corriqueira. Exige
mais, envolve uma análise de quem somos e do que gostaríamos de mudar. Nesse
processo podemos nos decepcionar. Mesmo porque é comum nos sentirmos
acostumados com quem somos e não desejarmos nenhum movimento que proporcione
alguma alteração nesse status.
Certamente, estarmos em paz com
quem somos é algo importante e almejado. Mas a questão é: esse “estar em paz”
representa uma satisfação ou apenas um conformismo. Nos habituamos àquilo que
nos deixa seguros e não permitimos nenhum risco para não abalarmos essa
“tranquilidade” que pode ser ilusória.
Porém, em muitos momentos de
nosso existir ocorrem situações que nos abalam e nos conduzem a algumas
reflexões. Essas, porém, nem sempre são experimentadas como sendo algo a nos
orientar ao desenvolvimento. Entretanto, se nos permitirmos vivenciar tais
momentos de modo intenso, isto é, não nos tolhermos em fugas. Poderemos nos
erguer com a possibilidade de novos horizontes.
Então, é importante estarmos
“protegidos” para esses momentos não se tornarem destrutivos e nos levar a
decisões ou atos os quais proporcionem sentimentos de arrependimento e dor.
Desse modo, permitir a proximidade de quem pode significar a possibilidade de
amparo é de salutar importância para que nosso crescimento seja pleno.
Assim, poderemos garantir um
movimento que proporcione fases difíceis de serem vivenciadas. Mas, ao término
desse o contentamento passível de se experimentar torna-se encantador. Pois,
quando experimentamos tais momentos de modo efetivo, buscando todas as
alternativas as quais nos permitam o crescimento, a sensação de completude é
inevitável.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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