A partir do momento em que nos
permitimos vivenciar a dor da perda de um sonho estaremos aptos a sonhar e
planejar novamente.
Desde o momento em que nascemos
parece haver um “projeto” para o nosso existir. Algumas pessoas demonstram isso
claramente ao planejarem uma profissão, um amor ou mesmo um lugar onde se
deseja viver. Contudo, nem sempre é possível alcançar tal objetivo. Isto é,
muito pode ocorrer para modificar nosso “projeto” para a nossa vida.
Sem dúvida nem sempre estamos
preparados para as “surpresas” apresentadas pela vida em forma de decepções. Uma
profissão a qual não se consegue atingir o auge ou mesmo um amor que conhece
seu fim. No entanto, o importante é estarmos conscientes que os nossos projetos
são elaborados por nós. Então, cabe exclusivamente a nós a iniciativa de traçar
objetivos diferentes daqueles sonhados anterior às decepções.
Todavia, algo deixado a um plano
do “esquecimento” é o fato de ao sermos obrigados a modificar nosso projeto de
vida precisamos elaborar o luto dele. Ou seja, precisamos vivenciar cada etapa
da “morte” de um sonho. Elizabeth Kübler-Ross, psiquiatra e autora suíça, relaciona
algumas fases do processo de luto em sua obra sobre a morte: choque; negação a qual nos leva a agir como se o problema não nos
pertencesse; raiva pela situação
vivida; barganha, momento no qual se
negocia uma troca baseada na fantasia do desaparecimento da dor; depressão, quando é possível apreender a
realidade do ocorrido e; aceitação, a
qual possibilita o seguir adiante com novos planos.
A partir do momento em que nos
permitimos vivenciar a dor da perda de um sonho estaremos aptos a sonhar e
planejar novamente. Desse modo nos tornamos livres para novos projetos. Mas, é
preciso nos munir de coragem para enfrentarmos as dores do processo descrito
por Kübler-Ross. Entretanto, nem sempre conseguimos tal força sem ajuda. Em
alguns momentos teremos que ser capazes de entender a necessidade dela para tal
empreendimento.
Quando nos permitirmos vivenciar
esses momentos difíceis amparados por alguém, seja um amigo ou um profissional apto,
ampliamos nossa possibilidade de sucesso na superação da dor. Então, nos
tornamos aptos a vivenciar a mudança do projeto inicial e usufruirmos com
plenitude a nova escolha feita.
Portanto, se o projeto nos
pertence, a dor da perda do sonho também nos pertence. Caberá a nós, então, a
iniciativa em nos fazermos fortes o suficiente para lidarmos com as situações
as quais nos levam a modificar tudo o que pensávamos ser o ideal.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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