Quanto mais formos parecidos uns
com os outros estaremos mais aptos a conviver melhor?
Em muitas ocasiões pode-se
experimentar a sensação de estar “nadando contra a maré”. Isto é, a impressão
de o mundo ir e um sentido e nós em outro totalmente diferente. Isso pode
ocorrer por diversas razões como ser extravagante, ou diferente da maioria.
É comum ouvir alguém afirmar
sentir-se incomodado ou mesmo prejudicado por agir diferente do que é comum.
Devido a um comportamento ou sentimento diferente do praticado pela
generalidade pode-se experimentar esse desconforto. Nessa ocasião é importante
exercitar um conhecimento mais abrangente sobre si mesmo para não correr o
risco de se perder dentre a maioria.
A cultura atual estabelece como
importante sermos o mais igual possível. Possuir, inclusive, objetos semelhantes.
Ou seja, quanto mais formos parecidos uns com os outros, estaremos mais aptos a
conviver melhor. No entanto, somos diferentes em diversas particularidades.
Então como nos sentir bem sendo iguais, e não diferentes?
Cada momento de nossa história de
vida constrói o que somos atualmente. Toda a experiência passada constituiu
nossa construção como o ser que somos hoje. Nesse caso, o passado foi
importante nesse processo. Não é necessário, contudo, viver-se voltado para
esse passado. O importante é a consciência de sua importância em nosso existir
atual.
Elizabeth Kübler-Ross em seu
livro A Roda da Vida cita uma jovem judia a qual havia sobrevivido a um campo
de concentração nazista. Ela discorre sobre a importância em se deixar o
passado para trás para ter-se paz no presente. Entretanto sem esquecê-lo,
apenas sem revivê-lo repetidamente para não alimentar sentimentos de
ressentimento ou pesar.
Então, ao estarmos cientes da
importância do passado em nossa história e de como essas experiências nos
tornam singulares, é igualmente importante compreendermos serem nossas decisões
e escolhas também singulares. Deste modo, o nadar contra a maré torna-se apenas
a assunção de nossas particularidades as quais nos tornam especiais. E não um
ato de afronta que ocasiona desconforto.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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