Se somos o resultado das
experiências passadas, nosso amanhã consistirá em uma pessoa diferente de quem
somos hoje. Um movimento constante e inevitável, rumo ao desenvolvimento.
O passado que não se conhece é
como uma caverna escura. A desvendaremos se tivermos algum interesse, mas como
se interessar pelo que não é lembrado? Pelo simples fato de não lembrarmos
significa que não pertence à nossa história?
Em muito mais ocasiões do que
gostaríamos nosso passado pode ser motivo de sofrimentos ao ser relembrado. Por
ter sido muito bom e não ser possível revivê-lo ou por ter sido desagradável e
não querermos a lembrança, para não revivermos os sofrimentos escondidos em uma
“caverna”. No entanto, ignorá-lo pode ser a base de consequências das quais se
pode lamentar sem nem ao menos ter consciência do envolvimento dele.
O ser que somos hoje é o
resultado das experiências vividas até então e, que de certo, não está pronto.
Isto é, se somos o resultado das experiências passadas, nosso amanhã consistirá
em uma pessoa diferente de quem somos hoje. Um movimento constante e inevitável,
rumo ao desenvolvimento.
Então, se estamos sempre por
fazer, é possível mudanças em todos os níveis dos quais aspiremos. A questão é:
somos capazes de buscar conhecer nossa história para então construirmos, com
maior autonomia, o que está por vir?
Ao buscarmos formas de aproximar
nossa história de nossa realidade também faremos “contato” com nossos limites.
Certamente, esses limites podem nos surpreender e até mesmo decepcionar. Porém,
ao obtermos o conhecimento possuímos, também, a condição do possível. Ou seja,
assumimos a posição de “proprietários” do que queremos para nós, nos tornamos
melhores artífices nessa realização.
Desse modo, sempre ao ampliarmos
nosso limiar de conhecimentos ampliamos, por consequência, nosso rol de
possibilidades. E, como na análise de Heidegger, nos tornamos mais livres à
medida que ampliamos nossas possibilidades, eis nossa oportunidade para sermos
cada vez mais livre.
No entanto, é primordial ter-se
em mente que a liberdade vem associada à satisfação, mas também interligada à
responsabilidade. Sendo assim, ao alcançarmos tal liberdade estaremos também
“tocando” em responsabilidades para as quais precisamos estar atentos e, então,
não sermos surpreendidos com situações causadoras de dissabores.
É essencial ao buscar-se a
liberdade lembrar-se também da responsabilidade. Pois, ao exercitarmos ambas conjuntamente,
poderemos buscar conhecer o que se esconde em nossa caverna escura. E, ainda
assim, contatando situações passadas pelas quais poderíamos nos sentir
amedrontados sem um real motivo para isso. Encontrando, talvez, ao invés de um
monstro horrendo, apenas uma bela criança jovial a espera de aconchego.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
amei gosto de tudo que escreve. Tomei conhecimentodo blog através da Lourdes Mario de quem sou amiga através do grupo P ao AR doentes com artrite reumatóide .Ogrigada por tudo que escreve
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