Heidegger, filósofo, afirma ser
a angústia o sustentáculo de nosso movimento que nos leva a não estagnação.
A todo o momento somos
“bombardeados” com opções as quais nem sempre somos capazes de desprezar.
Então, experimentamos a famigerada ansiedade. O que fazer? É possível conseguir
“tudo”? O que deixar de lado? Minha decisão foi a mais sábia? Essas, entre
outras questões, permeiam nosso estado ansioso o qual nos leva a experimentar,
em muitas ocasiões, a angústia.
Heidegger, filósofo, afirma ser a
angústia o sustentáculo de nosso movimento que nos leva a não estagnação. E isso
ocorre devido à ansiedade nos levar a experimentarmos sensações que nos colocam
em tal estado a ponto de sermos “obrigados” a fazer algo. Seja uma busca ou uma
fuga.
O importante, nesses momentos, é
termos conhecimento de fato de a ansiedade poder assumir dois polos: positivo
ou negativo. Todavia, cabe a nós qual deles irá prevalecer. Ou seja, pode-se
afirmar, por esta ótica, que a ansiedade se faz importante. Porém, somos nós
quem iremos indicar qual valor ela terá em nossas decisões.
Há quem seja incapaz de lidar com
tal sentimento de modo satisfatório. Irá, provavelmente, experimentar outras
sensações aliadas à ansiedade, como o medo. Então, o impulso em recuar diante
de algo que nos altera as sensações é quase uma resposta reflexa. No entanto,
se exercitarmos nossa capacidade em conter esse impulso de recuo, poderemos
experimentar a possibilidade de utilizar a ansiedade, como sugere Heidegger, de
modo a ser um combustível propulsor na busca de novas possibilidades.
Ao ampliarmos nosso rol de
possibilidades exercitamos, segundo esse filósofo, nossa liberdade e podemos
colocar em prática, como afirma Jean-Paul Sartre, o ápice dessa liberdade – a
escolha, a qual todos somos “obrigados” a fazer a todo o momento em nosso
dia-a-dia.
Podemos sempre afirmar não termos
tido escolha. Dizer serem determinados eventos inevitáveis e decisivos no que
ocorre conosco. Contudo, se dedicarmos bastante atenção, entenderemos termos
opções em todas as ocasiões nas quais nos envolvemos.
Mas, assumir a posse dessas
escolhas nos coloca em uma posição de “senhores” de nosso existir. E, nem
sempre estamos aptos a assumir esse “posto” de modo consciente. Não obstante,
não estarmos conscientes disso não significa não ser essa a nossa realidade.
J.K. Rowling, autora da série de
livros Harry Potter, afirma na fala de um personagem serem nossas escolhas quem
nos definem e não nossas aptidões. Ou seja, todos nós temos traços genéticos ou
mesmo capacidades aprendidas. No entanto, nossas escolhas denotam aquilo
realmente desejado por nós.
Mesmo quando não admitimos terem
sido nossas decisões que nos colocou na situação atual de nossa existência, revelamos
quem somos. Sendo assim, quando aceitarmos nossas escolhas como uma parte
importante de nosso existir, tornaremos capaz a existência da possibilidade de
minimizar as consequências negativas da ansiedade, como experimentada quando
uma escolha surge em nosso caminho.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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