16 setembro 2016

O IDEAL PARA MIM

Ao distinguirmos nossas idealizações diante das diversas ocasiões nas quais nos relacionamos com algo ou alguém, tornamos possível nos colocarmos em uma posição de maior grau de satisfação com nossas escolhas.


É comum idealizarmos os diversos relacionamentos os quais estabelecemos. Isto é, imaginamos e planejamos como será nosso contato com nossos filhos, amigos, parceiros e etc. Idealizamos inclusive em relação a decisões tomadas e compromissos assumidos para o futuro.
Fica difícil deixar de pensar que nossas idealizações estão conectadas aos nossos sonhos e desejos. E, estando relacionados, talvez façam sentido nossas frustrações. Se nossas idealizações são baseadas em nossos desejos significa que podem ter um grau de expectativa bastante elevado. Então, a realidade pode nos surpreender negativamente e, em algumas ocasiões nem a querermos mais. Ou seja, a realidade torna-se tão diferente daquilo imaginado que refutá-la emerge como sendo a melhor alternativa.
Porém, quando nossas decisões são apenas baseadas nesses argumentos, podemos dar início a uma série de atitudes que culminarão em situações com as quais podemos não nos sentir confortáveis. Ao nos decepcionarmos com algo há a tendência ao sofrimento e a busca de distanciarmo-nos da situação em questão.
No entanto, esse distanciamento do que nos faz sofrer, ou seja, a contradição de nossos ideais, também nos afasta da possibilidade de olharmos para as alternativas possíveis. A fuga de algo aparentemente desagradável é alentador, pois permite a ilusão da proteção. Mas, se fugirmos sem tentar compreender o que realmente nos é apresentado, podemos deixar de experimentar o conhecimento.
Por conseguinte, perdemos também a oportunidade de nos surpreendermos de modo positivo. Afinal é o conhecimento o que nos permite uma posição diante dos fatos e, desse modo, também nos possibilita uma escolha mais eficaz e em acordo com nossos ideais.
Sendo assim, ao distinguirmos nossas idealizações diante das diversas ocasiões nas quais nos relacionamos com algo ou alguém, tornamos possível nos colocarmos em uma posição de maior grau de satisfação com nossas escolhas.
Lembrando o filósofo Jean Paul-Sartre que destaca sermos livres para escolher, porém condenados às consequências dessas escolhas. E, o filósofo Heidegger salienta ser nossa maior liberdade a ampliação do nosso rol de possibilidades. Algo que o conhecimento acerca de nós permite com maior eficiência.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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