24 junho 2011

SEGURANÇA


Estamos acostumados com o que somos. Então, a mudança, em qualquer nível, acarretará sempre um grande investimento de nossa parte. Porque necessitamos estar dispostos a ela, ou ao menos, receptivos. E isso nem sempre representa algo simples.
Estabelecemos algumas normas de conduta para nós mesmos e não percebemos isso, pois tal processo ocorre de modo imperceptível. São os nossos modos de ser que, inclusive, nos protege dos sofrimentos e decepções. Mas, também são esses mecanismos de proteção que podem nos limitar ou, até mesmo, frear iniciativas que permitam nosso desenvolvimento mediante certos riscos.
Por isso, olhar para quem somos e decidir pela mudança de alguns pontos não compreende uma tarefa simples. Exige mais, envolve uma análise de quem somos e do que gostaríamos de mudar. Nesse processo podemos nos decepcionar. Mesmo porque é comum nos sentirmos acostumados com quem somos e não desejarmos nenhum movimento que proporcione alguma alteração nesse status.
Certamente, estarmos em paz com quem somos é algo importante e almejado. Mas a questão é: esse “estar em paz” representa uma satisfação ou apenas um conformismo. Nos habituamos àquilo que nos deixa seguros e não buscamos nenhum risco para não abalarmos essa “tranquilidade” que pode ser ilusória.
Porém, em muitos momentos de nosso existir ocorrem situações que nos abalam e nos conduzem a algumas reflexões. Essas, porém, nem sempre são experimentadas como sendo algo a nos orientar ao desenvolvimento. Entretanto, se nos permitirmos vivenciar tais momentos de modo intenso, isto é, não nos tolhermos em fugas. Poderemos nos erguer com a possibilidade de novos horizontes.
Então, é importante estarmos “protegidos” para esses momentos não se tornarem destrutivos e nos levar a decisões ou atos os quais proporcionem sentimentos de arrependimento e dor. Desse modo, permitir a proximidade de quem pode significar a possibilidade de amparo é de salutar importância para nosso crescimento ser pleno.
Assim, poderemos garantir um movimento que proporcione fases difíceis de serem vivenciadas. Mas, ao término desse o contentamento passível de se experimentar torna-se encantador. Pois, quando experienciamos tais momentos de modo efetivo, buscando todas as alternativas as quais nos permitam o crescimento, a sensação de completude é inevitável.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

17 junho 2011

ISOLAMENTO


Um pensamento que ocorre mais do que imaginamos é o de viver-se acompanhado e, apesar disso, sentir-se só. É possível observar alguém cercado de pessoas o qual experimenta o sentimento da solidão. Aqueles que vivem cercados de pessoas e, entretanto não “convivem”. Normalmente ocorre de morarem em uma casa da qual saem e retornam em horários desencontrados com os outros moradores, não se estabelece, assim, nenhum diálogo mais aprofundado.
Não são poucas as pessoas capazes de percorrer uma semana inteira sem contato com os filhos ou irmãos residentes na mesma casa. Ou, quando se encontram, nem sempre trocam palavras além das extremamente necessárias. Há quem inclusive afirme ser essa uma relação desejada.
O ser humano, contudo, desenvolveu-se muito a partir das trocas realizadas entre eles. Essas para ocorrerem necessitam da convivência e do contato. Num simples exemplo no qual se tem algo o qual se deseja trocar, é necessário, ao menos, que sejamos capazes de dialogar ao ponto de nos entendermos com aquele com quem desejamos a troca.
Atualmente temos diversos modos de nos isolarmos. É comum ter-se no próprio quarto um televisor, um computador, um telefone. Ou seja, “ferramentas” as quais permitem nos relacionarmos com ninguém pessoalmente. Desse modo o isolamento fica garantido.
O individualismo exacerbado é a contra mão do desenvolvimento humano e pessoal. Principalmente ao ter em vista o fato de a humanidade ter-se desenvolvido a partir das trocas e dos relacionamentos que estabeleceu. A história das diversas culturas até nos apresenta exemplos disso.
Entretanto, à medida que o relacionar-se torna-se difícil e a modernidade nos apresenta modos fáceis de “fugirmos” desse processo. Damos início a um isolamento que nos conduz a um retrocesso do qual podemos nos dar conta apenas quando já estejamos sofrendo suas consequências. É, então, necessário nos mantermos atentos ao modo como convivemos com quem faz parte de nosso dia-a-dia. Para exercitarmos a capacidade de perceber quando damos início a tal isolamento.
Também não podemos nos esquecer da importância de alguns momentos de solidão para a organização de pensamentos e decisões. Mas, assim como cuidamos do nosso corpo e de nossa saúde física, precisamos cuidar do nosso bem estar psíquico. Diferenciando os momentos de reorganização daqueles que nos distancia das possibilidades de desenvolvimento pessoal. E, para isso, é necessário permitirmo-nos o contato com quem se propõem a contribuir para tal desenvolvimento.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

10 junho 2011

PROJETOS



Desde o momento em que nascemos parece haver um “projeto” para o nosso existir. Algumas pessoas demonstram isso claramente ao planejarem uma profissão, um amor ou mesmo um lugar onde se deseja viver. Contudo, nem sempre é possível alcançar tal objetivo. Isto é, muito pode ocorrer para modificar nosso “projeto” para a nossa vida.
Sem dúvida nem sempre estamos preparados para as “surpresas” apresentadas pela vida em forma de decepções. Uma profissão a qual não se consegue atingir o auge ou mesmo um amor que conhece seu fim. No entanto, o importante é estarmos conscientes que os nossos projetos são elaborados por nós. Então, cabe exclusivamente a nós a iniciativa de traçar objetivos diferentes daqueles sonhados anterior às decepções.
Todavia, algo deixado a um plano do “esquecimento” é o fato de ao sermos obrigados a modificar nosso projeto de vida precisamos elaborar o luto dele. Ou seja, precisamos vivenciar cada etapa da “morte” de um sonho. Elizabeth Kübler-Ross, psiquiatra e autora suíça, relaciona algumas fases do processo de luto em sua obra sobre a morte: choque; negação a qual nos leva a agir como se o problema não nos pertencesse; raiva pela situação vivida; barganha, momento no qual se negocia uma troca baseada na fantasia do desaparecimento da dor; depressão, quando é possível apreender a realidade do ocorrido e; aceitação, a qual possibilita o seguir adiante com novos planos.
A partir do momento em que nos permitimos vivenciar a dor da perda de um sonho estaremos aptos a sonhar e planejar novamente. Desse modo nos tornamos livres para novos projetos. Mas, é preciso nos munir de coragem para enfrentarmos as dores do processo descrito por Kübler-Ross. Nem sempre, entretanto, conseguimos tal força sem ajuda. Em alguns momentos teremos que ser capazes de entender a necessidade dela para tal empreendimento.
Quando nos permitirmos vivenciar esses momentos difíceis amparados por alguém, seja um amigo ou um profissional da saúde, ampliamos nossa possibilidade de sucesso na superação da dor. Então, nos tornamos aptos a vivenciar a mudança do projeto inicial e usufruirmos com plenitude a nova escolha feita.
Portanto, se o projeto nos pertence, a dor da perda do sonho também nos pertence. Caberá a nós, então, a iniciativa em nos fazermos fortes o suficiente para lidarmos com as situações as quais nos levam a modificar tudo o que pensávamos ser o ideal.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

03 junho 2011

ETERNAMENTE JOVEM?


Hoje busca-se, cada vez mais, maneiras de se restabelecer a juventude perdida. O tempo tornou-se um inimigo em muitas ocasiões. Acontece, às vezes, de inclusive desdenharmos a experiência e o aprendizado que ele nos permite. Talvez tenhamos nos acostumado tanto com o imediatismo da atualidade que deixamos de lado a importância do aprendizado para a sustentação futura. E isso se reflete nos relacionamentos de modo geral.
Podemos tentar ignorar as consequências de nossos exageros. Porém, isso não os faz desaparecer. Lamentamos quando jovens colocam em risco suas vidas, e a de outros, com o uso inadequado de bebidas alcóolicas, drogas e velocidade. Mas será que estamos presentes na vida deles para auxiliar no entendimento da importância em se investir no futuro? Ou estamos ocupados demais em nos mantermos “jovens”, voltados unicamente a nós mesmos?
Muitas pessoas queixam-se de relacionamentos que não perduraram. Afirmam estar o compromisso desestabilizado e isso levar a relações com parceiros os quais têm medo de se envolverem de modo responsável, impedindo que ela se mantenha.
Podemos sempre fazer nossas lamúrias e tentar depositar no outro a capacidade de nos permitir ficar bem ou não. Entretanto, somente quando assumirmos nossa parcela de responsabilidade por nosso bem estar é que definitivamente nos habilitaremos a cuidar de nós mesmos de maneira eficaz.
Desse modo, poderemos iniciar um convívio mais ameno com o tempo. E nos permitir o acúmulo de experiências das quais nos permitam lidar com situações difíceis com maior tranquilidade. O convívio de qualidade permite relacionamentos que levam a trocas de grande importância.
O físico e autor Fritjof Capra, em seu livro “O ponto de mutação”, nos explica a respeito da interconexão e do quão interconectados estamos uns com os outros. Ou seja, todas as nossas ações interferem em todos os eventos ao nosso redor. Sendo assim, cada ato por nós praticado tem consequências das quais podemos não dimensionar com exatidão. Porém, elas estão presentes em nosso dia-a-dia independente de nosso querer.
Se, conscientes desse fato, exercitarmos a reflexão para permitir o desenvolvimento de nossa capacidade de nos relacionarmos melhor com o tempo, podemos, em consequência, melhorarmos as relações com quem faz parte de nosso convívio.
Nem sempre acreditamos na possibilidade de alcance que nossa mudança de atitude pode ter. Contudo, se nos arriscarmos a experimentar, poderemos iniciar mudanças ao nosso redor a princípio consideradas serem impossíveis de ocorrer. E, a partir disso, experimentaremos contatos mais consistentes e que nos proporcionem satisfações perdidas no tempo.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br