30 outubro 2015

OPORTUNIDADES - Problema ou Solução

Poder-se-ia afirmar que sempre há oportunidades, se encararmos tanto os problemas como as situações agradáveis de modo a esses constituírem uma possibilidade de experimentarmos algo novo.

Muitas pessoas lamentam infelicidades que fugiram ao seu controle e do quanto a vida é injusta para consigo não lhe oferecendo oportunidades reais. Mas, afinal o que são oportunidades? No dicionário encontramos a definição de oportunidade ser uma circunstância adequada ou favorável. Então, ao surgir uma situação favorável ou adequada teremos uma oportunidade. No entanto, somente nesse caso há uma oportunidade? O que podemos definir como sendo uma situação favorável ou adequada?
Uma grande empresa tem como lema não existirem problemas, mas oportunidades. Isto é, ao surgir algo que necessita de atenção especial por causar algum desconforto, há, nessa ocasião, uma oportunidade de buscarem-se modos diferentes de resolver a situação e assim alcançar um desenvolvimento inesperado.
Em nossa existência podemos pensar de maneira semelhante. Deparamos a todo o momento com situações que nos contrariam e sempre podemos escolher lidar com elas ou fugir. Dependendo do olhar que dispensarmos para tais situações o nosso modo de agir perante ela será diferente.
Ao encararmos um problema como algo desastroso, difícil de ser superado, ou uma fatalidade impossível de se fugir, utilizaremos um olhar que nos levará a sofrer de modo estagnado e sem nos permitirmos maiores reflexões em busca de alternativas.
Porém, se nosso olhar para o problema nos permitir avaliar como uma situação a qual exige de nós modos diferentes de agir, poderemos buscar alternativas nunca pensadas antes e que podem surpreender por sua eficácia e satisfação.
Portanto, poderíamos correr um risco e afirmar que sempre temos oportunidades. Ou seja, situações favoráveis e adequadas. Se encararmos tanto os problemas como as situações agradáveis de modo a esses constituírem oportunidades de experimentarmos algo novo e quiçá algo que nos traga sentimentos antes desconhecidos, como o surpreender-se com uma nova habilidade antes camuflada pelo receio de agir.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga - CRP 06/95124

E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

23 outubro 2015

PRESENTE, PASSADO, FUTURO – Marcando Passos?

O melhor momento pode ser o agora, pois nele reside a real possibilidade de mudança.


Diversos filmes, livros e histórias tratam da busca em voltarmos ao nosso passado e mudarmos as escolhas feitas na época, com as quais já não concordamos no presente. Não raro é ouvir alguém afirmando da alegria que experimentaria se pudesse retomar uma vivência passada e muda-la.
Nosso ser atual constitui um resultado de tudo o que vivemos até o presente. Uma simples mudança em nossa história passada alteraria drasticamente quem somos hoje. Desse modo, nos resta cuidar do que está ao nosso alcance: o presente.
Heidegger, filósofo, afirma que o adoecer reside em nos “deslocarmos” em demasia para o passado ou para o futuro. Isto é, adoecemos quando tentamos mudar o que já ocorreu, ou controlar o que está por vir.
Em muitas ocasiões pode parecer mais aconchegante as recordações das histórias agradáveis que vivenciamos em comparação com as mazelas do existir atual. Ou ainda, nos deslumbrarmos com as possibilidades futuras ainda e comparação com as dores atuais. Porém, ao nos permitirmos tal comportamento podemos perder oportunidades que se apresentam diante de nós na atualidade.
É conhecido não ser sempre uma tarefa aprazível lidarmos com o que nos solicita o hoje. Decisões, escolhas, o que é o melhor ou certo, ou ainda errado, etc. Nesses casos, a fuga da realidade para um momento onde não podemos agir pode representar um convite agradável.
Lidarmos com nossa realidade em termos de opções e escolhas pode nos amedrontar. Entretanto, quando nos permitimos cuidar de quem somos para nos proporcionarmos maior segurança em nossas escolhas, pode significar o limiar entre a satisfação e a frustração, entre adoecer e o recuperar-se.
Então, ao cuidarmos de quem somos hoje, estaremos, por conseguinte, possibilitando a chance de aprimorarmos quem seremos amanhã. E, ao considerarmos a afirmação do físico Fritjof Capra de que somos todos interconectados, estaremos também aprimorando o amanhã de tudo e de todos que partilham nosso existir.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga - CRP 06/95124

16 outubro 2015

SIGNIFICADOS – Um Limiar Entre a Frustração e a Satisfação

É importante termos ao alcance de nosso entendimento alguns limites, para não iniciarmos um processo que culmine em frustrações. E deste modo, abrirmos caminho para culpas nem sempre bem-vindas e às quais prejudicariam os relacionamentos.



Em uma conversa alguém questionou o porquê de algumas pessoas fazerem coisas das quais não gostam. No exemplo comentou haver alguns conhecidos seus que não concordam com determinado tipo de comemoração, por exemplo, a passagem de ano, mas, mesmo assim, comemoram o evento com toda pompa.
Uma reflexão a respeito pode iniciar com os significados diversos que o referido evento tem para cada um. Para alguns pode significar a oportunidade de deixar para traz tudo o que, de algum modo, foi desagradável. E assim, fazer o início de um novo ano significar uma nova oportunidade para uma etapa diferente em seu conviver.
Outros podem não entender o sentido disso, tendo em vista ocorrer apenas uma mudança de dia no calendário, como ocorre com todos os outros durante todo o ano em todos os anos. Sem haver, por isso, nenhuma situação diferente para justificar tamanha mobilização como acontece.
Entretanto, podemos sempre lembrar que por sermos seres que se desenvolvem quando em grupo, estamos também subordinados há algumas regras de convivência, entre elas a de ceder, em alguns momentos, aos nossos caprichos em satisfação de outrem. Isto é, em alguns momentos nos encontraremos em situações as quais solicitem de nós o deixar de lado a satisfação de um desejo para que outro possa experimentar tal satisfação.
Então, outra questão pode tomar lugar: O que nos leva a essa atitude? Devemos entender que nem sempre estamos dispostos a tal comportamento e, deste modo, em alguns momentos poderemos nos ver em situações que nos contrariam e das quais gostaríamos de fazer sobressair nosso desejo.
A convivência em grupo, porém, nos molda de tal forma a não ser raro nos encontrarmos inibindo alguns desejos nossos em benefício de alguém que nos é caro. Certo, contudo, é muitas vezes nos depararmos com diversas repressões que nós mesmos nos impomos. Talvez no intuito de permitir àqueles que nos são queridos experimentar a satisfação.
Mas, é importante termos ao alcance de nosso entendimento alguns limites, para não iniciarmos um processo que culmine em frustrações. E deste modo, abrirmos caminho para culpas nem sempre bem vindas às quais prejudicariam os relacionamentos, especialmente com aqueles a quem mais queremos agradar.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

09 outubro 2015

DESFECHO - Ponto de Partida para Novas Possibilidades!

O final de uma história pode desvencilhar um desfecho o qual lhe proporciona bem estar, uma sensação de satisfação ou mesmo de resolução de algo indefinido, porém, presente.

Há alguns anos um seriado de TV infantil apresentava um bebê dinossauro que em algumas ocasiões pedia que repetissem algum comportamento dizendo a frase: de novo! A princípio e superficialmente era cômico. Porém, ao refletir um pouco a respeito dessa necessidade que temos, nem sempre nos damos conta que alguns de nossos comportamentos são reproduzidos devido ao desejo de experimentarmos determinada sensação muitas vezes mais.
Quem não dispôs da oportunidade de observar uma criança a qual ao gostar de certa história pede para que lhe contem novamente, ou para ver um filme ou mesmo um episódio de algum seriado repetidamente? Claude Lévi-Strauss, antropólogo, em um estudo sobre mitos e contos de fadas argumenta sobre necessidades emocionais que impulsionam a criança a fazer tal solicitação, de modo que essa experimenta, ao final da tal história, um desfecho o qual lhe proporciona bem estar, uma sensação de satisfação ou mesmo de resolução de algo indefinido, porém, presente.
Se buscarmos na memória não será difícil encontrarmos alguma da qual gostamos e não nos cansamos de rever. A pergunta é: o que em mim se resolve ou alivia quando vejo essa história? Pode ser um filme que assistimos ou mesmo um livro o qual relemos diversas vezes, mas o fato é que ao entrarmos em contato com ela, nos sentimos, de algum modo, bem.
Em um primeiro momento a idéia de sentirmos alívio ou satisfação com histórias fictícias parece surreal. Será que é? Na rotina em que vivemos nem sempre prestamos atenção em detalhes presentes em nós. Certamente temos um tipo de história de nossa preferência seja um romance, ficção científica, vampiros e bruxas ou mesmo simples aventuras, mas o fato é até que ponto esses temas falam por nós ou... para nós?
O exercício de se conhecer mais intimamente pode parecer redundante, tendo em vista estarmos o tempo todo em contato com nós mesmos. Mas, será que realmente estamos em contato conosco ou estamos apenas “nos deixando levar pelo fluxo” sem maiores atenções aos detalhes ao nosso redor e presentes em nós? Nem todas as perguntas que fazemos podem ser respondidas de imediato. Algumas questões que elaboramos proporcionam possibilidades de reflexões e, portanto, demandam maior atenção.
Porém, o importante é exercitarmos a nos questionar em diversos aspectos, para permitirmos que nos coloquemos em situação de pensarmos a nosso respeito e assim, sermos capazes de nos desenvolver em cada contato, seja ele com alguém ou com uma simples e inofensiva história a qual nos proporciona algum desfecho que nos permita vislumbrar novas alternativas.


Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com

01 outubro 2015

EM BUSCA DE SATISFAÇÃO PESSOAL

Rever nossos comportamentos e atitudes de modo a podermos assumir outro modo de agir pode nos levar a experimentar uma sensação de vitória e serenidade.


É comum nos vermos em situações desagradáveis que causam desconforto. Não raro também é entendermos que a responsabilidade por tal situação é qualquer um, exceto nós mesmos e, sendo assim, nos prepararmos para a defesa do nosso bem estar.
É sensata a iniciativa de nos protegermos e fazemos isso até mesmo sem nos darmos conta. Nosso corpo e nossa mente trabalham, a todo o momento, para preservar nosso bem estar, seja ele físico ou mental. Poderíamos ir um pouco além e afirmarmos que para ficarmos “loucos” precisamos muito desejar isso devido ao fato de estarmos aparatados para oposto, ou seja, nosso corpo e nossa mente tentam nos proteger o tempo todo.
Podemos não nos dar conta, mas se prestarmos atenção às nossas reações poderemos encontrar momentos numa determinada situação que se tornou “grande” demais para suportarmos. Uma sonolência ou uma desatenção, portanto, fez com que nos afastássemos um pouco daquilo que nos perturbava. E após esse “lapso” fomos capazes de enxergar a situação de um modo a ser possível outra avaliação da mesma.
Porém, em alguns momentos podemos ser levados a assumir algumas posturas às quais nem sempre estamos atentos. O importante é pensar qual motivo nos leva a buscar essa ou aquela atitude. É comum nos sentirmos incomodados com alguma situação e iniciarmos um comportamento para nos satisfazer num primeiro momento. Contudo, após algum tempo essa satisfação pode nos perturbar e então vem a dificuldade em perceber o que realmente nos incomoda.
O desejo do bem estar imediato nos leva a atitudes para amenizar nossos sofrimentos momentaneamente. E então nos leva a esquecer que as dores são consequências de algo e que ignorar esse algo pode tornar crônica uma dor que poderia ser passageira.
Atentarmos para esses comportamentos e atitudes, os quais temos diante de situações desagradáveis, pode nos levar a uma avaliação do por quê determinada decisão foi feita. E então, sermos capazes de rever esses comportamentos e atitudes de modo a podermos assumir outro modo de agir que permita a solução efetiva do mal estar, levando-nos a poder experimentar uma sensação de vitória e serenidade.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com