08 novembro 2020

INTERCONEXÃO?!

 
Importante destacar que nos relacionamos todo o tempo. No entanto, parece ocorrer um “impulso”, quase que automático, em nos comportarmos de modo oposto a essa observação, e desconsiderar tal possibilidade. 

Atualmente é relativamente frequente sermos atingidos por referências que nos convidam a refletir sobre a importância de determinadas atitudes. Estas referências nos convidam a refletir, de modo significativo, a respeito de nosso comportamento no dia-a-dia.

Fritjof Capra, físico e escritor, destaca um fenômeno ao qual todos nós estamos sujeitos: a interconexão. Esta consiste em uma interligação na qual todos somos “salpicados” com a ocorrência de qualquer fato. Para este autor, nossos comportamentos e atitudes, mesmo os que consideramos serem possuidores de menor significado, têm extrema importância. Pois, afeta a todos os que partilham da condição se ser vivo como nós.

Ou seja, pelo fato de partilharmos um existir, nos encontramos conectados de modo que os resultados subsequentes de nossas atitudes, ou dos outros, incidem sobre nós todos. Assim, é proporcionado um contato mais próximo do que concebemos ser possível.

Então, quando informações sugerem ser necessário atentarmos para as ocorrências à nossa volta de modo mais atento, estas podem representar um passo significativo no que tange a melhoria dos relacionamentos. Tendo em vista que ao exercitarmos o aperfeiçoamento das relações de um modo restrito, incorremos na oportunidade de melhorar, por conseguinte, as relações de um modo generalizado e amplo.

Portanto, a prática de uma observação mais atenta pode tornar possível um conhecimento individual e essencial. Mas, ao mesmo tempo, permitir um conhecimento mais amplo, quando diz respeito ao desenvolvimento da melhoria do convívio ao qual estamos “aprisionados”. E do qual cabe a nós a iniciativa da manutenção, para um estado mais agradável poder sobrepor-se a desgastes “desnecessários”, ao qual nos sujeitamos quando desconsideramos a existência da interconexão das relações.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri

Psicóloga CRP 06/95124

E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

11 maio 2020

CRISE


“A crise proporciona uma “parada” no ritmo de vida que levamos e, desse modo, uma possibilidade de olharmos para esse ritmo de modo a avaliar sensações e consequências de um modo diverso do habitual.”


Em meio a uma crise temos, a priori, ao menos duas possibilidades: serenidade ou desespero. 
Se nos depararmos com o desespero podemos experimentar reações as mais diversas como ansiedade, medo, intranquilidade, tristeza, insônia, dores diversas devido à tensões, entre outras.
Se experimentamos a serenidade, disponibiliza-se então, um rol diferente de possibilidades. Ao nos oferecermos tal alternativa estamos, segundo o filósofo Heidegger, nos proporcionando o que ele chama de liberdade.
No desespero diversas sensações advêm, sejam elas psíquicas e/ou físicas. Ppodem ser pensamentos conflitantes e ansiosos em busca de um controle do futuro que não se tem garantias. Ou ainda dores devido a noites de sono inconstantes e agitadas que proporcionam cansaços e, por conseguinte, dificuldades em organizar os próprios pensamentos. Essas situações podem nos colocar em um ciclo difícil de abandonarmos sem ajuda adequada.
Na serenidade, ao ampliar nosso rol de possibilidades nos deparamos com alternativas, muitas vezes, antes não percebidas.
A crise proporciona uma “parada” no ritmo de vida que levamos e, desse modo, uma possibilidade de olharmos para esse ritmo de modo a avaliar sensações e consequências de um modo diverso do habitual.
Um lema em uma rede de supermercados chamou minha atenção: Problemas não existem, o que há são oportunidades. Isto é, diante de alguma dificuldade podemos agir como se houvesse um problema ou como se houvesse uma possibilidade de mudança, de aprendizado, etc.
Na crise podemos nos comportar de modo semelhante buscando compreensões diferentes das anteriores a ela e, assim, nos colocarmos em posição de crescimento seja, intelectual e/ou moral.
Muitas vezes essa atitude se mostra imensamente difícil para nossa realidade. Talvez esse seja um momento de busca de ajuda especializada que se disponha a um olhar “distanciado” da realidade vivida e explicitada, para que percepções diferentes do habitual seja disponibilizada e, desse modo, “soluções” antes não aventadas possam se apresentar como alternativas. Possibilitando, então, uma vivência mais serena diante da crise e suas alternativas.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
CRP: 06-95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com

13 janeiro 2020

A NOSSA VERDADE

É comum não atentarmos para o fato de que nos comunicamos o tempo todo e de diversas formas.

O acesso a informações de todos os tipos tornou-se demasiadamente fácil em virtude dos diversos meios de comunicação da atualidade. Velozes e extremamente eficazes, eles nos permitem o contato com notícias que, em um tempo mais remoto, poderia demorar dias, semanas ou meses para ocorrer.
Na contramão desse fato, tem-se a impressão que, apesar da velocidade e facilidade em nos comunicarmos, temos experimentado uma grande dificuldade em expressar e informar o que pensamos e sentimos.
As relações diversas, sejam elas de amizade, familiares ou que envolvam algum outro sentimento, em muitas ocasiões, estão permeadas de incertezas, inseguranças e sofrimentos.  Por isso, muitas vezes, busca-se uma forma de experimentar a paz. O que, em sua maioria, denota o distanciamento de tudo e de todos. 
É comum não atentarmos para o fato de que nos comunicamos o tempo todo e de diversas formas. O falar não constitui a única maneira pela qual informamos nossos pensamentos e sentimentos. Muitas vezes, mesmo sem desejarmos, comunicamos o que estamos sentindo ou pensando com um pequeno gesto, o qual podemos ser induzidos a acreditar serem imperceptíveis para aqueles com quem temos contato.
Porém, se nossa busca constituir um maior número de momentos em que experimentamos a sensação de paz, pode ser necessário um exercício no sentido de tornarmos mais eficaz a maneira como informamos nossos pensamentos e sentimentos. 
Elisabeth Kübler-Ross, autora e psicóloga, “comunica” em seu livro “A roda da vida” que, para ela, a verdade é sempre a melhor opção. Então, o vivenciar a nossa verdade pode ser um caminho para alcançarmos o que desejamos.
Sendo assim, encontrar formas de informar, de modo eficaz, nossos pensamentos e sentimentos pode consistir em uma tarefa árdua. Que em algumas ocasiões demanda auxílio externo.
 Mas, também passível de nos proporcionar um encontro com quem somos de modo a possibilitar-nos uma maneira de nos comunicarmos a qual proporcione maior eficiência em nosso modo de agir.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124