17 novembro 2018

EU ME AMO!!


"O amor próprio consiste em cuidarmos do nosso bem-estar de modo a nos realizarmos como seres existentes e com possibilidades."

O respeito e bem querer voltado a nós mesmos pode, algumas vezes, ser interpretado como egoísmo. Um sentimento deveras exacerbado em relação ao nosso bem-estar que nos faz colocar em prática um amor excessivo para conosco e desconsiderar, assim, os interesses alheios. O convívio social reprova essa prática.
No entanto, como em todos os aspectos, faz-se importante refletir a respeito dos extremos. Isto é, se voltarmos toda a nossa atenção e cuidado ao bem estar do outro, incorremos na possibilidade de expor um modo de ser o qual pode assumir uma imagem digna de admiração por um grande número de pessoas. Porém, também corremos o risco desconsiderarmos o cuidado para conosco.
O amor próprio consiste em cuidarmos do nosso bem-estar de modo a nos realizarmos como seres existentes e com possibilidades. Isso representa exercitarmos cuidados básicos com nossa saúde, aparência e emoções, mas, consiste também em respeitarmos nossos limites bem como nossas capacidades.
Os conclames atuais nos conduzem a comportamentos acelerados em relação ao nosso próprio ritmo. Somos “convidados” a agir de modo totalmente competente e nos sentirmos satisfeitos, embora nossos desejos permaneçam apenas no âmbito do planejamento ou relegados ao esquecimento.
Contudo, ao nos portamos dessa maneira iniciamos um processo no qual é possível exigirmos resultados sem estarmos totalmente habilitados. Desse modo, ficamos a mercê de lesionar nosso equilíbrio físico e psíquico, em benefício de algo que talvez nem ao menos compreendemos.
Em um ritmo “adequado” ao momento social atual, podemos deixar de lado questões importantes referentes às nossas necessidades e desejos. Então, permitirmos que o cuidado para conosco inicie com um ato nosso voltado para nosso bem-estar, pode, em um primeiro momento, conduzir a ideia de um ato egoísta.
Todavia, ao consentirmos nos amarmos de modo especial, atento e cuidadoso, também possibilitamos amenizar nossas dores e angústias. Desse modo, nos tornamos seres com possibilidades plenas de satisfação. Assim, usufruir dos prazeres em estar em boa companhia pode ter início no convívio com a pessoa que somos. Isto é, exercitarmos atitudes as quais permitam nos sentirmos confortáveis em nossa própria companhia.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com