17 outubro 2017

IDAS E VINDAS NOS RELACIONAMENTOS

"Gostamos de taxar as pessoas com rótulos e isso nos faz confortáveis porque nos exime de qualquer participação na construção daquele ser. No entanto, influenciamos e somos influenciados por quem nos cerca."

Nossos comportamentos provocam respostas naqueles com quem nos relacionamos. Seria ingênuo crer que ao conviver com alguém as respostas seriam aleatórias, ou seja, não estariam relacionadas aos modos de ser de cada um. O contato com alguém movimenta o outro tanto quanto nos movimenta.
Ao lamentar a atitude ou o modo de ser de alguém, não podemos nos esquecer da troca que ocorre em toda relação. É difícil afirmar em qual ponto determinado modo de relacionamento teve início, mas é possível conhecer o que ocorre para que as respostas em certo contato sejam insatisfatórias.
Gostamos de taxar as pessoas com rótulos e isso nos faz confortáveis porque nos exime de qualquer participação na construção daquele ser. No entanto, mesmo contra nosso desejo, influenciamos e somos influenciados por quem nos cerca.
Ao nosso alcance está a possibilidade de assumir o cuidado com o contato para este ser especial e/ou proveitoso. Ou seja, ao “olharmos” de um modo mais atento para os relacionamentos que estabelecemos, podemos tornar possível a manutenção da qualidade deles.
É evidente não podermos contar com essa possibilidade em todas as ocasiões, mas a cada momento que somos capazes de olhar para nós mesmos e aceitar nossas verdades, sejam elas prazerosas ou não, abrimos caminho para nosso desenvolvimento pessoal. E assim, por conseguinte, de quem convive conosco. Deste modo, modificamos a qualidade de cada relação que estabelecemos com os outros.
Então, se desejamos ter alguém próximo a nós de determinada forma, isto é, que esse alguém tenha alguns comportamentos os quais almejamos nesse outro, não podemos nos esquecer de que todo contato constitui uma via de duas mãos. Isto é, oferecemos, porém, também recebemos.
É impossível nos relacionarmos sem que haja trocas, e essas trocas permeiam a essência do nosso modo de ser e daqueles com quem estabelecemos algum tipo de contato. Sendo assim, ao nos conhecermos verdadeiramente e aceitando nossos limites, nos tornamos mais aptos a estabelecer relacionamentos que proporcionem maiores satisfações, mais duradouros e envolvidos em menos frustrações.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124