05 junho 2015

PRÉ-OCUPAÇÕES

Há algum tempo alguém contou uma pequena história sobre o preocupar-se. Dizia ele que em nossa vida temos apenas duas coisas para nos preocuparmos: seremos bem ou mal sucedidos?
Sendo bem sucedidos não nos resta nada com o que nos preocuparmos, mas se formos mal sucedidos teremos de nos preocupar com apenas duas coisas: teremos saúde ou ficaremos doentes?
Se tivermos saúde, novamente, não teremos motivos para preocupações, mas se ficarmos doentes nos restam apenas duas preocupações: alcançaremos a cura ou morreremos? Se nos curarmos não temos nada com o que nos preocuparmos, mas se morrermos, novamente nos resta duas preocupações: iremos para o céu ou para o inferno?
Então, segundo esse alguém, se formos para o céu não nos resta mais preocupações. Porém, se formos para o inferno estaremos tão ocupados cumprimentando os muitos amigos que encontraremos por lá que não nos restará tempo para futuros aborrecimentos.
Partindo desse ponto de vista, ou seja, o de preocupações significarem um gasto de energia que talvez não nos leve a nenhum progresso, interessante seria avaliarmos quais as nossas reais preocupações. Isto é, com o que nos pré-ocupamos em lugar de nos movimentarmos em direção ao nosso desenvolvimento.
Muitas vezes nos “prendemos” a situações que não permitem uma solução no momento presente. Podemos nos ocupar de situações passadas impossíveis serem modificadas por estarem finalizadas, e o que nos resta é lidar com as consequências que emergiram. Ou ainda, nos ocuparmos com situações possíveis e hipotéticas e das quais não temos como ter uma prévia absoluta do que irá ocorrer.
Sempre ao nos mantermos atentos às situações que não se encontram no presente corremos o risco de bloquearmos nosso desenvolvimento, não percebendo as possibilidades que surgem. O único momento em que podemos agir é no presente. Ao nos conscientizarmos disso temos grandes chances de focalizarmos nosso olhar para situações as quais, de fato, podemos interferir.
Acreditar que podemos mudar o passado ou mesmo controlar o futuro representa uma ilusão que nos impede o movimento rumo ao crescimento e às conquistas pessoais. Então, não nos manter conectados em ilusões pode significar a possibilidade de encontrar alternativas variadas para as situações que realmente solicitem nossa atenção no “presente”.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124