25 abril 2014

COMPREENSÃO E EMPATIA

Quando exercitamos a empatia melhoramos, por conseguinte, nossa capacidade de percepção em relação a nós e aos outros. No entanto, tal prática está um pouco em desuso atualmente, o que nos conduz a um comportamento que, em sua maioria, não nos permite uma análise de suas consequências.
A empatia permite nos “colocarmos”, de um modo imaginativo, no lugar do outro e avaliarmos o que ele sentiria em determinada situação. Ao colocarmos essa conduta em prática, poderemos ser capazes de compreender se o que dizemos é o que realmente desejamos comunicar. 
Pode ocorrer de não sermos capazes de nos fazermos claros em relação ao que sentimos e pensamos, então a sensação de incompreensão pode se manifestar. Não é comum falarmos a respeito do que sentimos, contudo esperamos que as pessoas ao nosso redor nos compreendam.
Quem sabe através de uma “telepatia”. Porém, felizmente ou infelizmente, ainda não somos capazes de ler os pensamentos uns dos outros. Desse modo, é de suma importância que cuidemos do modo como nos comunicamos, exercitando nossa capacidade de percepção do outro e nos habilitando para mudar como dizemos o que pensamos, para, assim, sermos melhores entendidos.
Entretanto, essa empreitada não constitui algo totalmente simples, pois ao aprimorarmos nossa capacidade de percepção de um modo geral, também podemos estimular nossa capacidade de compreensão acerca das relações as quais estabelecemos. E, assim nos sentirmos mais próximos daqueles que fazem parte de nosso círculo de convivência.
Porém, o movimento de nossa sociedade parece caminhar em sentido contrário. Desse modo, correremos o risco de nos colocarmos em oposição ao generalizado, o que, em um primeiro momento, pode parecer assustador.
No entanto, ao presenciarmos diversas dificuldades de relações nos dias de hoje, tal atitude pode constituir o início de uma mudança a qual pode ser necessária para o alcance das expectativas que podemos ter em relação ao bem estar geral.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124


18 abril 2014

AUTENTICIDADE

Muitos dissabores podem ocorrer quando não nos dispomos a cuidar da autenticidade de nosso existir. Heidegger, filósofo, afirma que o viver inautêntico nos conduz a mal estares de diversas ordens, especialmente os classificados como emocionais. Isto é, o adoecer repousa em não nos predispormos a atentar para as questões que possuem algum tipo de contradição em nosso modo de ser.
Experimenta-se grande dificuldade em conhecermos quem somos e nossas preferências. Admitir nossos deslizes e dificuldades constitui uma tarefa um tanto árdua, tendo em vista a proposta ideal de sermos todos “perfeitos”. Sendo assim, aceitarmos limitações constituintes de nosso modo de ser, representa concordar em não sermos capazes de alcançar as expectativas previamente estabelecidas por nós e pelos outros.
Certamente nos aceitarmos por inteiro, ou seja, nossas mais belas qualidades bem como nossas limitações e sombras, pode significar desmanchar uma imagem nítida e perfeita de nós mesmos, para acatarmos uma imagem imperfeita. Nesse processo pode manifestar-se nosso mais rígido limite: o de não suportarmos enxergar quem somos e como somos.
Contudo, durante todo o tempo em que não nos permitirmos um olhar límpido pra conosco, estaremos nos vendo de um modo que pode nos levar a experimentarmos dores e aflições das mais variadas. Pois, tudo o que não é percebido não pode ser cuidado.
Sendo assim, pode ser extremamente difícil para cada um de nós admitirmos nossos pormenores diversos, sejam eles delicados ou grosseiros, belos ou feios. Isto é, a proposta de nos aceitarmos como somos apresenta-se, em um primeiro momento, como um desafio além de nossa capacidade.
No entanto, se nos permitirmos o desafio de um olhar mais cuidadoso para nós, corremos um grande risco de assumirmos um existir mais autêntico e, por conseguinte, vivermos de modo mais pleno e com maiores oportunidades de realizações, já que o aceitar nós mesmos como somos nos permite investir com maiores chances de sucesso em quem queremos ser.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124



10 abril 2014

DESÂNIMO

Fazemos planos e sonhamos com a realização deles. No entanto, a frustração paira como uma sombra em torno da concretização almejada. Assim, corremos o risco de experimentarmos o desânimo quando a decepção em relação a algo ocorre.
Num primeiro momento somos levados a nos voltarmos para nossas questões particulares e culparmos tudo e todos ao nosso redor. Desse modo, eximimos a nós mesmos das responsabilidades envolvias na construção de alternativas as quais representem possibilidades de alterações, que poderiam culminar em um resultado diferente.
Em algum momento de nosso existir podemos ser conduzidos a um ponto, no qual damos início a um processo de avaliação do desenrolar de nossos planos e do percentual de realização deles. Nesse momento, a constatação de que nem tudo ocorreu como desejado pode fazer emergir sentimentos os quais nos paralisem diante das possibilidades que não somos capazes de vislumbrar.
Então, pode se fazer presente, nesse caso, a necessidade de nos permitirmos auxílio, no sentido de olharmos de um modo diferente para o nosso envolvimento no desenrolar dos acontecimentos que julgamos como insucessos.
Se permitirmos que a sensação de desânimo se apodere de nós nesse momento, podemos, assim, nos tornar alguém que experimenta o amargor da perda. E, desse modo, sermos levados a lidar com o luto subsequente a ele, pois ao abrirmos mão de nosso investimento naquilo que consideramos importante, também, por conseguinte, nos apartamos da possibilidade de proporcionarmos, a nós mesmos, alternativas diferentes daquelas planejadas a princípio.
Sendo assim, podemos, como descrito na lenda da fênix, nos permitirmos o renascer das cinzas. Isto é, vivermos a dor da perda em relação ao sonhado e darmos início a novos planos e novos sonhos, os quais nos permitam experimentar a sensação de busca que pode constituir um refazer de energias no momento em que a dor se faz inevitável.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124


03 abril 2014

EQUILÍBRIO

Em algum momento de nossa existência pode ocorrer de nos questionarmos a respeito de nossas oscilações de comportamento, sentimento, ou mesmo, humor. Não constitui uma raridade nos preocuparmos com nossa conduta em comparação ao que é esperado de alguém considerado “equilibrado”.
Ao longo de nosso dia-a-dia estamos sujeitos a diversas intempéries.  Ao conviver em grupo estamos, a todo o momento, a mercê das regras subsistentes ao convívio pacífico o qual se pode almejar. Porém, ao mesmo tempo em que somos regulados, também podemos experimentar alguma frustração relacionada ao cerceamento que tais regras proporcionam.
Sendo assim, não se pode classificar como anormal a busca de ocasiões em que possamos usufruir de alguma oportunidade de alívio do estresse, causado por uma vivência permeada de limites.
Contudo, não se pode deixar de lembrar que somos seres os quais se constituem com o convívio junto ao outro. Então, a convivência em grupo, bem como com suas regras de convívio, nos permitem desenvolver nosso potencial humano e de relações.
Entretanto, as frustrações também podem estar presentes quando nos dispomos a buscar o chamado “equilíbrio”. Isto é, um modo de ser o qual não ofereça grandes variações, de modo que os momentos de alegria e de tristeza não se sobressaiam ao ponto de nos conduzir a sentimentos os quais não sejamos capazes de omitir, de maneira “civilizada”, de nossas relações diárias e mais comuns.
Assim, se faz importante a lembrança de que a busca de uma estabilidade emocional, esbarra em nossa capacidade de compreensão das diversas situações que nos envolvem. Essas situações constituem as oportunidades as quais estamos sujeitos para fazer uso delas em nosso proveito, ou não. No entanto, é necessário mantermos em nossa lembrança que serão nossas escolhas pessoais e intransferíveis que irão nos auxiliar na busca do equilíbrio que, em algum momento de nossa existência, procuramos de modo mais acentuado.
Para isso, talvez seja necessário colocarmos em prática o  exercício da reflexão em relação aos  nossos objetivos e ao  modo como estamos lidando com as dificuldades envolvidas no processo de realização deles.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124