25 maio 2018

A MAGIA DO OLHAR


“Passamos despercebidos por uma árvore recém florida, ou com suas folhas caídas ao chão formando um lindo e momentâneo tapete, momentâneo, pois, ao primeiro vento se desfaz. ”

 Há quem diga ser necessário mudarmos atitudes, conceitos, percepções, etc., no entanto, como proceder tal empreitada pode ser uma questão recorrente. Então, talvez uma reflexão a respeito da maneira como estamos conduzindo nossa existência possa ser uma forma de tentar alcançar tal objetivo.
Numa observação simples podemos notar que histórias envolvendo algum tipo de magia costuma alcançar certo sucesso desde épocas mais remotas. Basta voltarmos nossa atenção para os personagens Peter Pan e sua grande companheira a Fada Sininho, que ao adoecer gravemente é solicitado aos espectadores que manifestem um gesto, o aplauso, para comprovarem sua crença na existência da magia, de modo que ela possa se curar.
Então, podemos pensar... onde está a magia?  Como adicionar magia em nossa existência tão realística? E a resposta para essas questões pode ser que resida em nossa capacidade em acreditar. E, talvez seja necessário um gesto concreto para que a magia se apresente para nós.
Numa era onde diversas verdades, antes indubitáveis, são “destruídas” graças a pesquisas e desenvolvimentos, parece ser uma árdua tarefa a de acreditar em algo considerado “irreal”. Entretanto, pode ocorrer de não nos darmos conta de nossa participação diária nesse processo destrutivo.
Em meio a tantas solicitações de posturas assertivas, podemos nos ver envolvidos em um pequeno mar de opções que podem nos atordoar e dificultar uma postura mais autêntica em relação ao nosso modo de perceber o viver.
Deixamos de lado comemorações simples como, por exemplo, a chegada das estações do ano. Passamos despercebidos por uma árvore recém florida, ou com suas folhas caídas ao chão formando um lindo e momentâneo tapete, momentâneo, pois, ao primeiro vento se desfaz. Nos presenteamos envoltos num apelo quase que estritamente comercial, ao invés de buscarmos a “magia” nesse processo, que pode necessitar de nossa capacidade de observação e aproximação junto ao outro.
Sendo assim, talvez a magia do olhar seja simplesmente a atitude de olharmos magicamente para as coisas rotineiras de nosso dia-a-dia. E percebermos que as relações que estabelecemos com elas depende, especialmente, de nós. E, ao mudarmos nossa atitude estaremos, por conseguinte, transformando, “magicamente”, nosso olhar.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

10 maio 2018

SONHAR NOSSOS SONHOS


"Diversas razões podem ocorrer para termos nossos sonhos e planos realizados, mas nem sempre do modo como desejávamos".

Quando tem início nossa percepção de que sonhamos, iniciamos um processo no qual planejar, sonhar e realizar tornam-se possibilidades tangíveis. Contudo, junto a isso pode também nos ser apresentada pelo mundo a frustração.
A dinâmica de nossa vida atual nem sempre nos permite reflexões a respeito de nós mesmos. Como estamos? O que desejamos? Q que já realizamos? Enfim, em sua maioria, nos colocamos seguindo em frente sem muita atenção ou cuidado. No entanto, esse continuar pode intensificar os sentimentos de frustração os quais podemos, em algum momento, nos sentirmos incapazes de lidar com eles.
Diversas razões podem ocorrer para termos nossos sonhos e planos realizados, mas nem sempre do modo como desejávamos. Nesse momento, sentimentos de dor e o desejo de, em muitas ocasiões, desistir, podem se tornar demasiadamente atraentes. Porém, o próprio mundo que, em nossa compreensão nos frustrou, nos conclama a não desistir.
O filósofo Heidegger destaca que a rotina, muitas vezes, nos “salva”. Assim, somos “obrigados” a continuar. Nesse ínterim podemos deixar de lado o pensar sobre nós mesmos. Quem somos, o que desejamos, quais nossas capacidades e como modificá-las, ou mesmo como colocar em prática nossas habilidades.
 Se nos permitirmos aprofundar nosso pensamento a nosso respeito, de uma maneira inteiramente pessoal sobre o sentido de nosso existir, poderemos experimentar a compreensão sobre o significado de nossa própria vida. Ao nos disponibilizarmos a esse movimento em prol de nós mesmos, nos aproximamos da possibilidade de realização em oposição à possibilidade de frustração.
Em muitas ocasiões pode ser necessário rever planos e sonhos e remodelá-los. Mas, se não atentarmos para nossos pormenores e a respeito do significado de nossos desejos, iremos estabelecer uma relação delicada conosco e com nossa capacidade de proporcionarmos a nós mesmos um maior número de sonhos realizados.
Desse modo, sempre que nos movemos no sentido de compreendermos de modo mais apurado quem somos, nos posicionamos como alguém que possibilita, em maior intensidade, oportunidades diversas de nos realizarmos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga – CRP 06/95124
E-mail – marciabcavalieri@hotmail.com