12 abril 2013

EVOLUIR


Heidegger, filósofo, afirma ser inapropriado o envolver-se em demasia com o tempo. Segundo o filósofo, o futuro, o passado e mesmo o presente são importantes na constituição de nosso modo de ser. O tempo presente assume função primordial em nosso existir. Entretanto, é de suma importância a condição de ser capaz de “movimentar-se” no tempo sem grandes perturbações.
Encontramos na sabedoria popular diversas afirmações que corroboram esse pensamento, e as quais salientam o quão importante é o cuidado com o tempo atual. Porém, sem desmerecer a importância das experiências passadas e, nem tampouco, negligenciar as possibilidades do por vir.
Contudo, um limiar, o qual pode permanecer despercebido por nós, envolve o que poderia ser nomeado de a “proporção adequada”. Isto é, quanto de nosso tempo é o ideal para nossas preocupações com o que se foi e o que está por vir tenha a função de contribuir para o nosso desenvolvimento e não interrompê-lo.
Valorizar nossas experiências passadas nos permite a possibilidade de um conhecimento que foi exercitado e, por isso, possui importante representação em nosso progresso pessoal. Isto é, o que já foi vivenciado torna possível um contato mais próximo com as suas consequências e, por conseguinte, possibilita uma “previsão” do que pode ocorrer ao proceder determinada escolha.
Já o envolvimento com nossos desejos futuros nos permite o planejar. Ou seja, a partir do conhecimento adquirido buscamos formas de nos capacitarmos para realizar tais planos.  Assim, se estivermos munidos da “capacidade de prever” consequências, que o conhecimento prévio pode tornar possível, os planos podem adquirir um delineamento mais adequado em prol de sua concretização.
No entanto, como “medir” o quanto de nossa energia é dispendida nesse processo? De qual forma podemos avaliar se nossas preocupações com passado e com o futuro estão em um patamar adequado para nossa evolução pessoal no presente?
Nem sempre consiste em uma tarefa amena o conhecimento acerca de limiares. O processo em adquirir conhecimento relativo a qualquer tema necessita nosso envolvimento de modo a nos apropriarmos das informações possíveis e disponíveis sobre ele. Então, torna-se indispensável as experiências para o planejar.
Talvez, uma maneira de avaliarmos o quanto de nossa “dedicação” é empregada em determinada ação, consista em avaliar como nos sentimos a respeito da mesma. É comum menosprezarmos nossas sensações, mas elas consistem em forte influência quando se trata de nosso desenvolvimento.
Então, ao considerar relevante o raciocínio de Martin Heidegger, a compreensão do que ocorre conosco relacionado ao nosso tempo, seja ele futuro, passado ou presente, assume extrema relevância para a compreensão em como estamos “localizados” em nossa existência: paralisados ou em evolução.
Pois, para este filósofo, quando focalizamos atenção demasiada em determinado “tempo”, nos colocamos na situação de “congelamento” no mesmo. Ou seja, deixamos de nos desenvolver rumo a um progresso pessoal, visto que direcionamos de forma exclusivista nossa energia e concentração.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá Júlio!!
      Fico muito feliz por você gostar dos textos.
      Muito obrigada pelo retorno.
      Beijos e Boa semana!!!
      Márcia.

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