23 janeiro 2015

APARÊNCIA- "O quê" somos?

Nossa aparência nunca foi tão importante como atualmente. Quem, ao menos uma vez, não se preocupou com uns quilinhos a mais, ou a menos, uma roupa que não está a contento, ou um cabelo que não permanece como desejamos.
Antigamente esses fatores poderiam causar algum constrangimento que necessitaria de acertos. Hoje temos ao nosso dispor um pequeno “arsenal” de opções: cremes, chapinhas, alisamentos definitivos, técnicas e produtos para deixar os cabelos mais ou menos encaracolados, sem contar as alternativas mais invasivas como cirurgias plásticas e métodos médicos para diminuição de gorduras localizadas, entre outros. Certamente algumas dessas alternativas oferecem riscos a longo ou curto prazo. Mas a questão é: o que nos incomoda tanto?
Em um extremo podemos encontrar pessoas situadas fora dos padrões de boa aparência atuais. Algumas dessas pessoas podem, inclusive, viver alguns dramas e sofrerem rotulações que são, no mínimo, indesejáveis e extremamente desagradáveis. Porém, rótulos não representam quem somos, mas a nossa aparência.
Quando começamos a dar maior importância à aparência do que a quem realmente somos? Muitas vezes nos preocupamos em demasia com a opinião das pessoas ao nosso redor. É óbvio que por vivermos em grupo necessitamos do feedback daqueles que convivem conosco. Entretanto, em qual momento esse feedback tornou-se mais importante do que nossa própria opinião a respeito de nós mesmos?
Em muitas ocasiões nos esquecemos que a primeira pessoa a precisar estar satisfeita com nosso ser somos nós. Não importa a aparência ou a opinião dos outros a respeito dela, mas como nos sentimos em nossa própria companhia. Padrões sempre existiram e sempre desejamos nos encaixarmos neles. Contudo, algo parece diferente, hoje vivenciamos a sensação de eterna insatisfação com a imagem que refletimos.
Será que precisamos mudar como o mundo nos vê, ou como nos vemos? Podemos nos sentir extenuados ou tristes em insistir em alguma mudança. Até que ponto, porém, precisamos mudar? E o mais importante, o que precisamos mudar? Pode acontecer de nos perdermos nessas questões e como encontrar a resposta se nem ao menos conseguimos identificar qual questão desejamos responder?
Muitas vezes o que nos falta é um olhar mais íntimo para nosso ser. Se temos o intuito de nos sentirmos bem, talvez a solução não esteja em um processo invasivo de uma cirurgia ou em um produto que nos dê uma aparência diferente. Pode ser que o caminho seja uma aproximação nossa para com nós mesmos, permitindo que ao nos conhecermos possamos desenvolver um sentimento profundo de admiração e prazer por quem somos, independente dos padrões sociais.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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