07 janeiro 2017

TEMPO... O QUE É ISSO?

Um paralelo interessante pode ser traçado entre tempo e seus significados, pois as facilidades atuais no acesso a quaisquer informações, sejam elas relacionadas ao conhecimento ou ao consumo, são quase assustadoras.

Ultimamente é comum ouvir alguém destacar o quão veloz os dias transcorrem. Não raro é quando alguém se surpreende com o adiantamento de uma data, quando imaginava que esta estaria distante. Nesta ocasião é comum nos questionarmos se o tempo tem transcorrido com maior velocidade do que ocorria “antigamente”.
Um paralelo interessante pode ser traçado entre tempo e seus significados. Quando se pensa no “antigamente” podemos ser levados a lembrar dos meados dos anos 50 ou 60, época em que os meios de transporte e comunicação eram um tanto precários em comparação aos atuais. Ou, ainda, a mudança do nosso acesso a informações, bem como às disponibilidades de objetos. Ou seja, as facilidades atuais no acesso a quaisquer informações, sejam elas relacionadas ao conhecimento ou ao consumo, são quase assustadoras.
Na mesma velocidade ocorre a profissionalização, e a necessidade de atualizar-se como alguém interessado em manter-se ativo no mercado de trabalho (o qual se apresenta extremamente competitivo).
Nesse ínterim alguns momentos significativos e importantes são, em muitas ocasiões, deixados ao segundo ou terceiro planos. Isto é, privilegiamos as necessidades econômicas e suas solicitações em relação ao nosso tempo disponível, em detrimento das outras necessidades que possuímos, como as de prazer e satisfação.
A psicóloga Yolanda C. Forghieri, em uma de suas palestras, lembrava da sugestão de um antigo professor seu. Ele dizia ser importante observarmos pequenos momentos em nosso dia-a-dia, como o som de um pássaro ou o farfalhar das folhas de uma árvore ao vento. E segundo ela, esse gesto seria o elo entre nossa rotina desesperada e a possibilidade de nos recordarmos que o tempo tem seu “tempo” para passar.
Então, se ficarmos atentos para o significado do tempo individualmente e o relacionarmos com nossos afazeres diários, poderemos encontrar a razão de ele representar algo tão distante de nosso controle.
Em contrapartida quando prestamos atenção a nós e aos nossos compromissos com as horas do dia, os dias dos meses e os meses dos anos, poderemos, quiçá, experimentar um vínculo diferente com o tempo. Capacitando-nos a rever nossos afazeres pessoais e profissionais. Desse modo, poderemos nos tornar aptos a avaliar com maior comedimento as nossas diversas relações com os outros, sejam esses “outros” pessoas, objetos ou compromissos.
Sendo assim, sempre que nos permitimos um olhar mais acurado a nós e à nossa rotina, podemos incorrer na possibilidade de mudança, especialmente em relação ao significado do tempo para nós.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri

Psicóloga CRP 06/95124

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