12 fevereiro 2017

O SONHO DE SER LIVRE

Liberdade. Aquela na qual consiste em colocarmos em prática nossa capacidade de escolha, como destaca Jean Paul Sartre e ampliar nosso rol de possibilidades, como distingui Martin Heidegger.


Uma das maiores expectativas em relação ao nosso desenvolvimento é adquirir a liberdade. Com ela imaginamos poder fazer tudo o que desejamos e gostamos. Imbuídos dessa ideia, em muitas ocasiões, nos expomos a situações, no mínimo, decepcionantes. No entanto, nem sempre conseguimos compreender o real motivo disso ocorrer.
A psicóloga Lídia Rosenberg Aratangy, em seu livro Doces Venenos, assinala que liberdade consiste em algo bem diferente de “só fazer o que se gosta”. Em sua análise, quem só faz o que gosta é louco e não livre. Pois para exercitarmos uma escolha livre, em primeiro lugar, necessitamos nos conhecermos a ponto de identificarmos com clareza o nosso desejo ou necessidade. Para então, só depois, saber quais opções possíveis e entender as consequências de cada uma das possibilidades de ação.
Assim, munidos desse repertório poderemos exercitar, com um pouco mais de chances de acerto, nossas escolhas.  A isso se pode chamar liberdade. Aquela na qual consiste em colocarmos em prática nossa capacidade de escolha, como destaca Jean Paul Sartre, e inclusive ampliar nosso rol de possibilidades como distingui Martin Heidegger.
No entanto, para exercemos de maneira plena tal liberdade, necessitamos também nos habituarmos a reflexões, para nos permitir um conhecimento mais amplo acerca de nossas condições reais e de nossos desejos mais sinceros.
Porém, nem sempre exercitamos colocar em prática nossa capacidade em gerir nossas próprias ações. Muitas vezes depositamos no mundo a razão pelo nosso fracasso ou desilusão quando, na verdade, fomos os únicos artífices autores de nossas conquistas, perdas, dores ou alegrias.
Contudo, assumir tal responsabilidade consiste em aceitarmos nossa condição de liberdade vinculada às consequências de nossas ações. Mas, nem sempre estamos dispostos a aceitar tal condição, pois ela representa sermos os condutores de nosso destino.
Desse modo, a melhor forma de buscarmos alcançar o sonho de sermos livres é aprimorarmos as formas de conhecimento a respeito de nossas particularidades, para não nos tornarmos estranhos a nós mesmos. E assim, nos sentirmos confortáveis em nossa própria “casa”, isto é, experimentarmos a sensação de familiaridade conosco e com nossos pormenores.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com.


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