03 maio 2017

NOSSOS ERROS

Vivemos em relação ao tempo e sua representação varia para cada um de nós bem como para cada momento vivido por nós.


Talvez uma tarefa das mais difíceis seja a de perdoar. Há quem experimente extrema dificuldade em desculpar, inclusive, os próprios erros. Ou ainda, quem não seja capaz de suportar uma falta cometida contra si por outrem. Importante nesses momentos pode ser uma reflexão a respeito do significado do erro, bem como o que representa desculpá-lo.
Nas muitas ocasiões em que conseguimos perdoar podemos, ainda, experimentar algum tipo de desconforto. Alimentamos a ideia de que o perdoar nos permite esquecermos de todo o ocorrido. Porém, desprezamos que além da dor há um significado para o acontecido. E se não nos dispusermos a refletir sobre ele o desconforto pode levar mais tempo do que desejamos para ser amenizado.
Nesse caso, ao nos propormos lidar com algo que consideramos “agressivo” para nosso bem-estar é necessário assumirmos o compromisso com a verdade a respeito desse fato, tanto em relação ao acontecimento em si, como no que diz respeito ao seu significado para nós e para as relações nele envolvido. Se faz importante a busca de uma ampla compreensão a respeito do ocorrido, incluindo o conhecimento acerca das nuances relevantes.
Vivemos em relação ao tempo e sua representação varia para cada um de nós bem como para cada momento vivido. Não é raro alguém relatar a velocidade do tempo quando vivenciando algo prazeroso, assim como sua lentidão quando se experimenta algo desagradável. Desse modo, podemos concluir que o tempo está relacionado ao seu significado para cada um de modo bastante particular.
Do mesmo modo nossa história adorna cada nuance de nossas experiências permitindo que a signifiquemos de modo individual e particular a cada momento vivido. Por isso, se faz de suma importância que ao nos propormos a lidar com algo que proporcione algum desconforto para nós ou para outrem, também nos permitamos um olhar acurado para o significado de cada pormenor envolvido nesse “algo”.
Assim, estaremos assumindo uma postura mais flexível em relação a qualquer sofrimento envolvido no processo de algo desconfortável. E a possibilidade de lidar com ela de maneira que a solução para o ocorrido não se transforme em um novo dilema.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124


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