08 janeiro 2018

QUEM SOU X QUEM QUERO SER

Lamentamos dores e perdas ocorridas ao longo dos caminhos percorridos. Porém, muitas vezes nos mantemos focalizados em nossa dor ao ponto de nos esquecermos de utilizá-la como oportunidade de crescimento
 
Podemos desperdiçar uma grande quantidade de tempo ao buscar identificar sentimentos, situações e quiçá “caminhos a seguir”. No entanto, pode ocorrer de nos esquecermos de “abrir nossos olhos”. Isto é, nos posicionarmos diante dos fatos como alguém desconectado deles. Assim, incorremos na possibilidade de passarmos desapercebidos por ocasiões as quais poderiam ser de grande importância para nós.
É comum focalizarmos nosso olhar em direção a algo que acreditamos desejarmos imensamente. Contudo, também é comum atermos esse foco em uma direção que não consista naquela realmente desejada. Ou seja, acreditamos estar em busca daquilo que queremos, no entanto, estamos, apenas, desperdiçando energia e tempo em prol de algo obscurecido por nossa incapacidade de identificar, com clareza, nossos desejos.
Lamentamos dores e perdas ocorridas ao longo dos caminhos percorridos. Porém, muitas vezes nos mantemos focalizados em nossa dor ao ponto de nos esquecermos de utilizá-la como oportunidade de crescimento. Pois, ao procedermos em uma atitude a qual incorre em algum sofrimento, significa que, em certo momento, atentamos para uma direção não constituída da mais adequada para nós naquela ocasião.
O processo de nos conhecermos não representa uma tarefa simples e nem tampouco corriqueira. Nos habituamos a manter nossa atenção voltada para aquisições diversas. Sejam elas de ordem mais ou menos subjetiva. Contudo, se tais aquisições não forem significativas para nós de modo a nos possibilitarem a sensação de satisfação, nos manteremos em um ciclo no qual a dor e a perda tornam-se praticamente inevitáveis.
Abrir os olhos pode representar uma maneira de nos “vermos” de modo mais sincero. Quando identificamos os nossos pormenores, somos capazes de diferenciar e selecionar o que gostamos ou não em nós mesmos. E, desse modo, procedermos na escolha do que condiz com o que queremos ou não. Assim, poderemos minimizar o número de ocasiões nas quais nos sentimos impelidos à dor, e ampliarmos nossa habilidade em vislumbrar horizontes que nos proporcionem formas possíveis de conquistarmos o que planejamos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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