07 fevereiro 2018

CRISE PESSOAL


Experimenta-se crises desde os tempos mais remotos. Contudo, nos dias atuais elas representam algo do qual se deve fugir ou lamentar.
 
Em alguns momentos podemos nos sentir como seguindo um “caminho” o qual não sinaliza haver uma saída, ou ao menos uma que satisfaça os desejos que temos ou tivemos. Essa sensação pode estar relacionada a algo que queremos ou a um status que almejamos.
Fala-se em crise da meia idade. Uma crise na qual pode-se experimentar desconfortos diversos sem a compreensão do porquê. O senso comum anuncia que isso ocorre com aqueles que acreditam estar envelhecendo. Tal ideia não consiste em total desengano. Porém, pode-se descrever essa crise como um momento no qual algo desperta o sentimento de que já se viveu certo tempo e que o restante pode, ou não, ser suficiente para que se complete os planos feitos.
Ou seja, esse momento não significa que se viveu metade do tempo disponível de fato, mas que pode-se experimentar tal sensação. E a crença na realidade disso pode nos levar a sentimentos de satisfação com o que se cumpriu, ou desespero com o que não foi concluído a contento.
Experimenta-se crises desde os tempos mais remotos. Contudo, nos dias atuais elas representam algo do qual se deve fugir ou lamentar. No entanto, tais momentos também consistem em oportunidades de revisão e replanejamento.
Ao viver um período de crise é comum experimentar-se certa desaceleração em todo o nosso modo de agir. Refletimos com maior apuro e decidimos com mais cautela. Talvez permeado por medo ou insegurança. Mas, o importante é que essa redução de velocidade nos permite atitudes que utilizam maior atenção nossa. Com isso, temos a chance de minimizar as ocasiões em que erramos.
Então, crises podem constituir um período importante, no qual precisemos nos posicionar de modo mais receptivo no que concerne nossas escolhas e decisões. Pois, sendo mais atentos aos pormenores das situações nas quais estamos envolvidos, incorremos na possibilidade de vislumbrar um maior número de opções disponíveis. E, por conseguinte, ampliarmos nossas alternativas assumindo a condição de quem tem o “poder” de escolher com liberdade. Tendo em vista sermos livres para escolher e ampliar nosso rol de possibilidades como afirmam os filósofos Jean-Paul Sartre e Heidegger.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com


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