27 maio 2011

CONSEQUÊNCIAS


Ao longo de nossos dias realizamos inúmeras escolhas. Muitas delas sem dispensarmos muita atenção, contudo, escolhemos o tempo todo. No frio podemos nos agasalhar ou não. Entretanto a consequência dessa escolha será sentir mais, ou menos, a sensação do frio. Quando doente podemos cuidar da saúde ou não e, mais uma vez, lidaremos com as consequências de tal escolha.
Do mesmo modo que escolhemos entre situações mais corriqueiras ou “banais” ocorre de o fazermos de uma forma um pouco mais sutil em nossos relacionamentos. Ao estabelecermos contato com alguém, imediatamente assumiremos alguns “pactos” para esse relacionamento ser bem sucedido. Ou seja, para um relacionamento perdurar é necessário acordos e concessões.
Nem sempre esses pactos são explicitados por palavras. Mas, por gestos ou comentários quase imperceptíveis. Na maioria das vezes há uma conformidade de ideias e atitudes as quais culminam em um comportar-se dos envolvidos. Esses “pactos” são renovados e modificados ao longo do contato, seja ele breve ou duradouro. O importante é salientar a importância, para a sobrevivência de um relacionamento, que esses “pactos” assumem.
À medida que o tempo passa e com a rotina diária podemos acumular sentimentos de tristeza, medo e frustração os quais não somos capazes de identificar a origem. E assim também não conseguimos nos libertar deles. Mas, se nos atentarmos para a essência do relacionamento envolvido nesses sentimentos é possível localizarmos alguns “pactos” que foram desfeitos sem maiores cerimônias. E eles proporcionaram decepções, levando a parte envolvida a experimentar emoções não desejadas.
Em uma amizade, um pacto pode ser o de honestidade absoluta. E ela pode ser interrompida por um pequeno “deslize”. Proporcionando quiçá o rompimento do relacionamento. Em uma família esse pode ser o compromisso com as tarefas de gênero como o trabalho ou as responsabilidades domésticas.
Ao longo dos anos alguns desses pactos podem não ser cumpridos a contento. E se não formos capazes de percebermos e, então, avaliarmos suas consequências, podemos apenas experimentar pesares sem sermos capazes de identificar como modificá-los.
Sempre ao nos propormos a nos conhecermos, especialmente a partir de reflexões acuradas, temos imensas chances de ampliar as compreensões acerca de nós e dos nossos relacionamentos. E essas podem nos libertar de sofrimentos os quais, às vezes, julgamos serem insolúveis. Permitindo-nos a liberdade, em relação às nossas opções, em continuar ou não envolvidos em tais situações. Ou seja, como destaca o filósofo Heidegger, ampliamos nossas possibilidades para então escolhermos. Eis a nossa liberdade.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

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