18 maio 2012

PROTEÇÃO

É comum ouvir o relato de alguém aflito para encontrar uma forma de proteger alguém em quem se deposita algum sentimento especial. Contudo, que tipo de proteção fala-se quando se está envolvido com alguém de modo mais intenso, isto é, quando amamos? Em um diálogo no filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, o diretor da escola de Harry lhe explica o porquê de determinada pessoa não poder fazer-lhe mal, ele afirma que isso ocorria devido à proteção proporcionada por sua mãe a partir de uma atitude dela. Nesse trecho do filme em questão, o personagem salienta estar esta proteção envolvida em todo o ser de Harry, ou seja, não constitui uma marca ou um amuleto, mas “algo mais”. O que seria esse “algo mais”? Será que esse tipo de proteção é especial a quem é filho ou qualquer um pode ter acesso a ela? Como nos protegermos das situações conflituosas e dolorosas as quais envolvem diariamente nosso existir? Definitivamente parece estar o amor envolvido nessas questões. Quando amamos nos tornamos mais fortalecidos para proteger aquele a quem amamos. Isso pode ocorrer também pelo fato de o objeto de nosso afeto ter conhecimento do nosso sentimento, e isso o tornar mais fortalecido e seguro para enfrentar suas mazelas diárias. No entanto, será que isso é verdadeiro quando nos amamos? Será nosso amor por nós passível de nos proteger de possíveis dores e sofrimentos? Ao se falar em nos amarmos pode parecer, a princípio, um ato egoísta. Entretanto, se atentarmos para o fato de que disponibilizamos ao outro o que temos em nós, se não nos amarmos, como dispensar tal sentimento à outra pessoa, seja ela quem for? No processo de disponibilizar qualquer tipo de sentimento a quem quer que seja é necessário que esse sentimento esteja presente em nós e, preferencialmente, relacionado a nós. Portanto, se faz necessário encontrarmos formas de aclarar o modo como nos sentimos em relação ao nosso convívio conosco. Isto é, somos alguém com quem gostamos de conviver? Para, então, nos habilitarmos a dispor de atitudes as quais possam nos proteger das investidas alheias ao nosso controle e que podem nos levar ao sofrimento. Proteção, então, pode estar relacionada ao modo como nos vemos e como desejamos que nos vejam. Habitualmente podemos ter a ideia que alguém é capaz de nos proteger, contudo, pode ser que a pessoa mais apta a esse papel sejamos nós mesmos. A partir do momento em que nos disponibilizamos a nos conhecer e a nos querer bem.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri Psicóloga
CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

2 comentários:

  1. Simplesmente! Genial, de ação reflexiva e interiorizante!
    Obrigado de novo!
    Normando

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    1. Fico muito feliz que você gostou Normando!!!
      Obrigada a você!
      Bom final de semana!!

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