03 agosto 2012

ESCOLHAS E ATITUDES


Na atualidade, especialmente devido à disseminação das redes sociais, é comum afirmações públicas ou, em algumas ocasiões, reservadas a respeito da certeza de acerto em relação às decisões tomadas ao longo da vida. Fala-se, inclusive, da satisfação e segurança envolvidas nestas decisões.
Frases de efeito nos conclamam a nos arrependermos do que fizemos e não do que deixamos de fazer. Isto é, há uma “solicitação” para termos atitudes que visam o não termos o que lamentar no futuro. Este mesmo futuro o qual não nos permitimos pensar muito a respeito e, nem tampouco, considerarmos que nossas atitudes hoje o influenciam mais do que gostaríamos.
Contudo, será garantia de satisfação e tranquilidade não nos preocuparmos muito com as consequências de nossos comportamentos de hoje? Presencia-se uma busca desenfreada, de todos nós, em busca de algo o qual nem sempre conseguimos identificar o que é. A única informação obtida é ser preciso nos apressar. Estamos sempre atentos aos “relógios” e às solicitações sociais como se estivéssemos deixando algo para trás.
Mas, nesse processo deixamos de lado a lembrança de que nossas escolhas envolvem, a todo o momento, ao menos duas alternativas. E isso significa uma delas ser negada para outra ser colocada em prática. Isto é, ao optarmos por algo, outro “algo” é deixado de lado.
Porém, não é raro, após alguns anos, ao exercitarmos algum tipo de reflexão ou comparação, nos questionarmos se a decisão tomada há muito tempo foi a mais adequada. Nesse momento podemos iniciar um caminho na busca de analisarmos os ganhos e as perdas envolvidos.
Contudo, ao darmos início a esse processo, corremos o risco de experimentarmos sentimentos de frustração. Pois, não podemos nos esquecer de que toda escolha envolve a frustração de uma das alternativas possíveis. E, se nós escolhemos isso representa que também somos quem foi frustrado.
É nessa ocasião que podemos experimentar o impulso para buscarmos modos de nos realizarmos com maior frequência. Ou, um impulso que nos imobilize em lamentações do que perdemos, levando-nos a uma inércia a qual nos imobiliza no tempo em que estamos ressentidos.
Então, para possibilitarmos que nossa escolha atual seja mais apropriada às nossas realizações, às vezes é preciso reconhecer termos feito escolhas as quais não foram as mais adequadas. E, assim buscarmos modos de viabilizar a garantia de satisfação no presente. Talvez, ao rever as antigas decisões.
Desse modo, necessitamos exercitar nossa atenção para nosso bem estar e nos permitirmos o cuidado necessário para esse processo não ser permeado de dores e sofrimentos desnecessários.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

2 comentários:

  1. Nem sempre é possivel fazer o que se quer, mas que bom...quando é possivel continuar querendo o que se fez. um abraço Márcia maria

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  2. Com certeza Maria, ter o privilégio de continuar querendo o que se fez é algo realmente singular!!!
    Significa que ainda concordamos com as escolhas feitas.
    Obrigada por seu acréscimo sempre bem vindo.
    Beijos.

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