21 junho 2013

EXAGEROS

Atualmente diversos fatores ocorridos podem culminar em excessos, especialmente devido à modernização e o desenvolvimento tecnológico. Acessos cada vez mais ágeis conectam todos a todo lugar. O limite do nosso acesso é proporcional ao nosso desejo. Ou seja, não acessamos determinado tipo de informação se não quisermos, porque disponível está.
No entanto, em tudo pode ocorrer exageros e, é nele que está embutida a possibilidade de problemas. A cada avanço tecnológico ficamos também expostos a um “avanço” no quesito doença. Não é incomum identificarmos alguém submeter-se a algum tipo de excesso e, por isso, colocar-se a mercê de algum tipo de sintoma.
Uma das alternativas que costuma ser rotineira é a crítica e a privação. Ou seja, criticamos de modo veemente a “novidade” e buscamos uma forma de extinguir seu contato conosco. Porém, será essa a melhor forma de resolver tal questão? Desde tempos mais remotos ouve-se a respeito do “medo” com o novo e o que os excessos podem ocasionar. O que ocorre, entretanto, é nos esquecermos da questão “excesso”.
Envoltos em um processo que nos conduz à sensação de prazer ao experimentar algo novo, incorremos no risco de “exagerarmos na dose” daquilo que nos proporciona sensações agradáveis.  Desejosos em prolongar ao máximo a sensação de prazer, ansiamos, de modo às vezes descontrolado, a extensão indefinida do tempo o qual nos expomos aos eventos que gostamos.
Então, dosar de modo disciplinado nossas experiências pode nos possibilitar a oportunidade de não ser necessário o desligamento para com elas. Isto é, quando cuidamos do modo com que nos relacionamos com tudo, seja com algo ou alguém, permitimos a nós mesmos a alternativa da continuidade do contato com o que nos proporciona algum deleite.
Assim, se nos dispormos a cuidar do contato estabelecido rotineiramente com as situações prazerosas, pode ocorrer de não ser necessário nos “despedirmos” tantas vezes do que nos proporciona satisfação. E, desse modo, ampliarmos os momentos em que experimentamos prazer. Porém, um aumento contido e não desmedido, o qual pode culminar na perda e em um processo de dor subjacente ao nosso comportamento descuidado.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

Um comentário:

  1. Acho que é bem isso mesmo Márcia, o cuidado paulatino com nossas relações cotidianas e dosadas, se possível, né?
    Parabéns pelo texto.

    Um abraço,
    :)

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