28 junho 2013

CULPA

Muitas vezes experimentamos a sensação de termos sido responsáveis por deslizes dos mais variados tipos. Nesse momento vários sentimentos podem emergir, sendo que, via de regra, o mais comum é a culpa. Isto é, acreditamos termos assumido uma postura culminante no “erro” e o sentir-se culpado consiste no único caminho a seguir.
Não resta dúvida que o assumir a responsabilidade pelos próprios atos é de suma importância. Especialmente os que nos levam a experimentar arrependimento. No entanto, há diversas formas de assumirmos a responsabilidade pelas consequências advindas de algum comportamento ou decisão a qual assumimos, e que possa ter ocasionado um resultado diferente do desejado por nós.
Ou seja, nos sentirmos culpado pode ser produtivo ou destrutivo.  A variação ocorre devido a forma como nos permitimos solucionar o impasse geralmente experimentado quando nos sentimos responsáveis por algo. Sendo assim, se assumirmos o papel de quem necessita lamentar e, o mais importante, que precisa de punição pelo erro, pode acontecer de nos colocarmos de modo a “permitir” de algum modo, a retaliação ao nosso deslize.
No entanto, se nos permitirmos um olhar meticuloso para todo o processo envolvido na situação em questão, poderemos, certamente, encontrar opções diferentes às escolhas as quais fizemos. Contudo, tal compreensão nos permite entender nem sempre estarmos aptos a fazer a melhor escolha.
Por isso, o exercício em analisar nossas decisões e avaliar os motivos pelos quais decidimos, nos possibilita a oportunidade de rever os trajetos já percorridos. E, com isso, desenvolver nossa capacidade em perceber as várias possibilidades disponíveis quando de algum conflito ou dúvida.
Então, a culpa faz parte de um processo no qual podemos nos desenvolver ou dar início a nossa própria derrocada.  Cabe a nós a disposição em “olhar” para o ocorrido e escolher o que desejamos para nós mesmos: a queda ou um impulso. Assim, a partir da escolha feita, nos tornamos habilitados a buscarmos formas de fortalecer nossa decisão em prol daquilo que julgamos ser o ideal.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124


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