14 fevereiro 2014

REPETIÇÕES

Muitos de nossos comportamentos parecem se repetir. Isto é, em muitas ocasiões somos levados a admitir termos um jeito de ser que permeia a maioria de nossas decisões. No entanto, isso torna-se desconfortável quando entendemos que tais decisões nem sempre nos beneficiam como gostaríamos. Nesse momento o questionamento a respeito do que fazer para mudar torna-se iminente.
O filósofo Heidegger afirma encontrarmos na rotina a segurança do porvir. Segundo ele, a certeza de nossa finitude nos abala a tal ponto que o compromisso do dia seguinte torna-se suficiente para “garantir” nossa sobrevivência. Da mesma maneira a possibilidade de adiarmos decisões ou justificarmos incapacidades as quais experimentamos, relacionadas às nossas limitações. Todavia, ao nos confortarmos com tal atitude incorremos na possibilidade de não percebermos que a mudança pode nos beneficiar.
Porém, ao assumir tal pensamento como adequado, assumimos também uma alternativa que pode nos abalar: a mudança de um modo de agir. Isto é, assumirmos um olhar de compreensão e entendimento para quem somos e como somos, buscando mudanças. Ou seja, nos habilitarmos e evitar as repetições de comportamento que não nos aprazem. Entretanto, tal modo de agir certamente irá nos conduz a uma zona de desconforto.
Sendo assim, nos cabe a escolha em suportarmos a incerteza do porvir. E, assim, possibilitarmos a chance de mudança das repetições as quais fazem parte de nosso modo de ser. Mas que não representa quem somos, constitui apenas uma forma a qual nos habituamos, para que a sobrevivência se tornasse possível.
Heidegger destaca em sua filosofia que nossa liberdade repousa na amplitude de alternativas, sendo assim, ao mudarmos nossos comportamentos repetidos, pode ocorrer de colocarmos em ação o ápice de nossa liberdade.
O que nos cabe é procurar formas para que isso se torne uma constância. Lembrando que nosso limite é pessoal e, sendo assim, as formas variam. Contudo o resultado pode ser muito semelhante: a satisfação em cuidarmos de nosso viver de modo a nos desenvolvermos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124


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