28 fevereiro 2014

LÁGRIMAS

Um hábito comum consiste em lamentarmos perdas diversas. No momento em que vivenciamos a experiência de algo não estar mais ao nosso alcance, também podemos experimentar a sensação de grande tristeza e, em muitas ocasiões, não vislumbrar uma possibilidade que concilie nossa carência com a possível restauração de nosso bem estar geral.
Quando entristecidos por qualquer motivo, somos levados a utilizar um olhar o qual obscurece nossa capacidade de análise mais acurada dos fatos e das alternativas disponíveis. Desse modo, encontrar possibilidades as quais nos permitam reverter o sentimento de tristeza, e convertê-lo em disposição para mudar a condição do momento presente, pode representar um investimento de grande energia.
Contudo, é compreensível necessitarmos nos permitir vivenciar nossas dores e lamentações. Inclusive para que seja possível, para nós mesmos, a compreensão da dor e, assim, a emergência da oportunidade de nos movimentarmos em prol de uma transformação.
É sempre uma possibilidade nos envolvermos com nossa tristeza de modo a experimentarmos o desejo em desfalecer e não colocarmos em prática nenhuma atitude. Porém, agindo assim, podemos também nos colocar em uma posição desfavorável para nosso próprio bem estar.
Então, ao experimentarmos alguma perda, seja de algo, alguém ou mesmo um sonho, é necessário nos permitirmos as lágrimas. Contudo, também é importante nos possibilitarmos vislumbrar com um olhar diferenciado a experiência vivida. Para, assim, nos permitirmos a oportunidade de entrever alternativas diferentes e, desse modo, colocarmos em prática nossa liberdade. Pois, como destaca o filósofo Martin Heidegger, ao ampliarmos nosso rol de possibilidades, exercitamos nossa liberdade em sua essência.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124




2 comentários:

  1. Perfeito como sempre, néh?
    Chorar e lutar, lutar, chorar e prosseguir.
    Obrigado.
    Fique com DEUS
    Bom carnaval

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