01 abril 2016

MEDO QUE PARALISA

O importante é privilegiarmos nossa sobrevivência de modo a nos sentirmos realizados, conscientes de que a não ação é uma opção entre tantas outras.


É comum nos amedrontarmos diante de algo assustador, ou mesmo diante de uma situação nova com a qual nos deparamos e que nos solicita uma ação para que ela se resolva. No entanto, não é incomum assumirmos uma posição mais confortável, mas que não representa aquela que irá nos oferecer o melhor resultado.
Quando optamos por não agir, isto é, em nos ausentarmos de alguma ação efetiva, nos colocamos a mercê do resultado por vir. Sartre, filósofo, discorre em suas obras sobre a liberdade a qual somos “submetidos”, pois necessitamos lidar com as consequências de nossas escolhas. Para Heidegger, filósofo, somos livres para adicionarmos, ou não, opções às nossas escolhas.
Então, quando escolhemos a não ação diante de uma nova situação, estamos optando em colocar em prática a liberdade descrita por Sartre. Ou seja, nos colocamos no aguardo dos resultados como consequência de nossa escolha em não agir.
Entretanto, se escolhermos praticar a liberdade descrita por Heidegger e ampliarmos nosso rol de possibilidades, teremos que agir. Desse modo, a não ação fica descartada. Assim, um movimento nos é necessário no sentido de executarmos a ação em benefício da solução da situação apresentada.
No momento e que decidimos agir, impedimos a nossa paralização diante do medo que pode se pronunciar quando necessitamos nos movimentar. Porém, o risco está sempre presente e para lidarmos com a insegurança que ele proporciona é necessário o exercício da ação.
Podemos não estar habituados a essa atitude ativa, contudo, se aspiramos um resultado satisfatório para o nosso desejo, será necessário mudarmos nosso padrão de comportamento quando diante de situações novas.
Tal atitude pode tornar-se aterrorizante. Nesse momento, podemos necessitar de algum suporte para nos “apoiarmos”. Esse suporte pode ser um amigo, um conhecido, um parente, ou mesmo um profissional habilitado para tanto.
O importante é privilegiarmos nossa sobrevivência de modo a nos sentirmos realizados, conscientes de que a não ação é uma opção entre tantas outras. Porém, ela nos coloca passivos diante de algo que poderia nos surpreender se nos tornássemos ativos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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