03 junho 2016

OS SONHOS PODEM MORRER?

A partir do momento em que nos permitimos vivenciar a dor da perda de um sonho estaremos aptos a sonhar e planejar novamente.
 
Desde o momento em que nascemos parece haver um “projeto” para o nosso existir. Algumas pessoas demonstram isso claramente ao planejarem uma profissão, um amor ou mesmo um lugar onde se deseja viver. Contudo, nem sempre é possível alcançar tal objetivo. Isto é, muito pode ocorrer para modificar nosso “projeto” para a nossa vida.
Sem dúvida nem sempre estamos preparados para as “surpresas” apresentadas pela vida em forma de decepções. Uma profissão a qual não se consegue atingir o auge ou mesmo um amor que conhece seu fim. No entanto, o importante é estarmos conscientes que os nossos projetos são elaborados por nós. Então, cabe exclusivamente a nós a iniciativa de traçar objetivos diferentes daqueles sonhados anterior às decepções.
Todavia, algo deixado a um plano do “esquecimento” é o fato de ao sermos obrigados a modificar nosso projeto de vida precisamos elaborar o luto dele. Ou seja, precisamos vivenciar cada etapa da “morte” de um sonho. Elizabeth Kübler-Ross, psiquiatra e autora suíça, relaciona algumas fases do processo de luto em sua obra sobre a morte: choque; negação a qual nos leva a agir como se o problema não nos pertencesse; raiva pela situação vivida; barganha, momento no qual se negocia uma troca baseada na fantasia do desaparecimento da dor; depressão, quando é possível apreender a realidade do ocorrido e; aceitação, a qual possibilita o seguir adiante com novos planos.
A partir do momento em que nos permitimos vivenciar a dor da perda de um sonho estaremos aptos a sonhar e planejar novamente. Desse modo nos tornamos livres para novos projetos. Mas, é preciso nos munir de coragem para enfrentarmos as dores do processo descrito por Kübler-Ross. Entretanto, nem sempre conseguimos tal força sem ajuda. Em alguns momentos teremos que ser capazes de entender a necessidade dela para tal empreendimento.
Quando nos permitirmos vivenciar esses momentos difíceis amparados por alguém, seja um amigo ou um profissional apto, ampliamos nossa possibilidade de sucesso na superação da dor. Então, nos tornamos aptos a vivenciar a mudança do projeto inicial e usufruirmos com plenitude a nova escolha feita.
Portanto, se o projeto nos pertence, a dor da perda do sonho também nos pertence. Caberá a nós, então, a iniciativa em nos fazermos fortes o suficiente para lidarmos com as situações as quais nos levam a modificar tudo o que pensávamos ser o ideal.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

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