24 dezembro 2018

FELIZ NATAL!!!!



"O presentear, em um primeiro momento, significa que nos “pré-ocupamos” com alguém, ao ponto de buscarmos algo que possa deixar esse alguém feliz."

 A rotina do dia-a-dia vivida ao longo do ano assume uma outra roupagem quando da proximidade das comemorações Natalinas.  Algumas emoções pertinentes a esse período tornam-se, de certo modo, coletivas. Ou seja, a grande maioria das pessoas veem-se envolvidas nas alegrias e esperanças que tangenciam esta época do ano.
Isso ocorre por várias razões, e para cada um há um motivo em especial. No entanto, podemos levar em conta alguns fatores para “especular” sobre o que ocorre com a maioria.
Heidegger, filósofo, afirma que nos apegamos à rotina para nos desvencilharmos da lembrança de sermos mortais. Isso ameniza nossa angústia sobre a certeza de um fim inevitável. No entanto, torna-se um problema quando nos envolvemos na rotina a tal ponto que nos iludimos sobre a certeza da “imortalidade” a qual é irreal.
Vivemos num momento social onde há uma grande ausência de significados. Isto é, na ânsia de nos envolvermos com a rotina que nos “acalma” em relação a nossa finitude, também nos permitimos envolver pela solicitação social do possuir.
Zygmunt Bauman, sociólogo, destaca vivermos um momento de praticamente total liquidez, especialmente das relações. O consumo de tudo, inclusive dos relacionamentos, nos leva a experimentar uma falta a qual não somos capazes de sanar.
Então, talvez a esperança e as emoções coletivas se manifestem de modo tão acentuado nessa época de festividades devido ao fato de o comprar ter um significado diferente do simples possuir. Pois, em sua maioria, representa a tentativa em agradar alguém.
O presentear, em um primeiro momento, significa que nos “pré-ocupamos” com alguém, ao ponto de buscarmos algo que possa deixar esse alguém feliz. Tal comportamento nos aproxima da essência de nossa existência a qual consiste em nos relacionarmos uns com os outros de modo pleno.
Então, um período em que somos levados a olharmos uns para os outros de uma maneira diferente do habitual, nos proporciona também o contato com emoções as quais passam despercebidas na rotina do dia-a-dia. E isso traz à tona esperança e emoções adormecidas que, por apresentarem-se de modo tão intenso, tornam-se quase coletivas.
Por isso, meu desejo para este Natal é que essas emoções, sentimentos e reflexões possam ser mais constantes e não apenas uma ocasião especial do dia do Natal. Para tanto, o olhar cuidadoso para todos com os quais convivemos (pessoas, animais, plantas e mesmo objetos) torna-se indispensável.

Feliz Natal!!!

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com

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