04 janeiro 2019

SOLTANDO AMARRAS


Nem sempre nos permitimos uma reflexão cuidadosa acerca do porvir de nossas decisões. Impulsionados pelo desejo, ansiedade, entre outros fatores, decidimos envolvidos por emoções que nem sempre percebemos.
 
Ao longo de nossa existência é comum sofrermos diversos tipos de frustrações.  E, geralmente elas são mais comuns do que gostaríamos. No entanto, são também responsáveis por nosso aprendizado em lidarmos com situações inusitadas as quais não desejamos, mas que em muitas ocasiões não temos como nos desvencilhar.
É natural questionamentos a respeito de como lidar com situações as quais não podemos mudar, mas que, no entanto, se apresentam de modo a nos conduzir a sentimentos indesejados de tristeza ou, ainda, tornam-se “amarras” cerceando nossa liberdade.
O filósofo Jean Paul-Sartre discorre a respeito de nossa condenação à liberdade. Segundo ele somos “obrigados” a escolher o tempo todo entre, ao menos, duas alternativas. Para o filósofo nossa condenação consiste em não podermos fugir das consequências de tais escolhas. Heidegger, também filósofo, afirma sermos livres, inclusive, para ampliarmos nossas opções aumentando o número de alternativas envolvidas em uma decisão a qual necessitamos assumir.
Sendo assim, nossa liberdade se apresenta a todo o momento quando nos deparamos com uma escolha a ser feita. Precisamos, apenas, atentar para o grau em que suportamos lidar com a consequência que tal escolha ocasionará.
Nem sempre nos permitimos uma reflexão cuidadosa acerca do porvir de nossas decisões. Impulsionados pelo desejo, ansiedade, entre outros fatores, decidimos envolvidos por emoções que nem sempre percebemos. Porém, uma emoção despercebida pode nos levar a uma consequência indesejada.
Então, se exercitarmos o cuidado para com nossas emoções no momento em que somos solicitados a escolher, poderemos colocar em prática a possibilidade de nos permitirmos opções permeadas de um processo que nos conduza a consequências menos drásticas. Ou, ainda, resultados que sejam “esperados”, tendo em vista possibilitarmos a nós mesmos a oportunidade de vislumbrar o que pode estar no porvir de uma decisão.
Desse modo, disponibilizaremos um desenvolvimento no sentido de nos tornarmos aptos a conduzir nossas decisões de modo mais eficaz. Especialmente, no sentido de nos habilitarmos a avaliar as alternativas em questão e suas possíveis deliberações. Nos tornamos, assim, um pouco mais livres.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

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