02 março 2012

PAIXÕES

Mais frequente do que gostamos escutamos alguém falar em desespero. Dele próprio ou de alguém de seu círculo de convivência. Sendo assim, estamos a todo o momento sujeito a nos depararmos com alguém, quiçá nós mesmos, em situação semelhante. Tal sentimento pode permear um simples desânimo em relação a algo muito desejado até o perder totalmente a esperança de esse desejo ser atingido. Podemos experimentá-lo em diversos graus e por períodos diferentes. Ou seja, podemos nos manter em desespero por um tempo curto ou longo e isso pode ocorrer com maior ou menor frequência. Lídia Rosenberg Aratangy, psicóloga, destaca o fato de às vezes o sofrimento ser tanto que a ideia de continuar vivendo parece intolerável. E afirma que para sair do desespero e do luto necessita-se de uma paixão. Isto é, todos estão sujeitos ao sofrimento que pode culminar em sensação de desespero, mas, segundo Lídia, a paixão pode representar uma forma de sobrepor-se a tal situação. Quando se está apaixonado por algo ou alguém experimentamos um entusiasmo muito grande. Portanto a sensação de estarmos recarregados é praticamente inevitável. Podemos nos apaixonar por alguém que surge em nosso caminho ou porque já faz parte de nosso cotidiano. Pode-se, ainda, apaixonar-se por uma atividade, seja ela vinculada ao trabalho ou mesmo ao lazer. O importante parece ser nos vincularmos a algo para nos ser proporcionada uma sensação de completude. Atualmente o vincular-se não assume lugar de importância em nosso dia-a-dia. Porém, pode ser a falta do vínculo a causa de sermos levados a experimentar sentimentos de desalento e angústia com maior frequência do que gostaríamos. Então, se o apaixonar-se pode ser uma oportunidade para experimentarmos uma existência mais envolvida com sensações de satisfação e distanciada da dor, podemos iniciar um processo no qual nos disponibilizemos a nos vincularmos às atividades e às pessoas do nosso círculo. Assim, possibilitaremos o exercício de nos apaixonarmos com maior frequência. E proporcionaremos a nós mesmos a chance de nos distanciarmos das situações ocasionadoras de dor e sofrimento. Márcia A. Ballaminut Cavalieri Psicóloga CRP 06/95124 E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

2 comentários:

  1. Paixões, paixões e paixões!
    Eu acredito que existam motivos reais pelos quais devemos nos apaixonar, mas se apaixonar pelo desejo de outrem, ah isso não! A paixão pela vida é um motivo real, pelo ser humano, pela existência, pela natureza, etc., etc. e etc.. Será, que se apaixonar por um indivíduo único, vale realmente a pena? Bom, de qualquer forma é paixão!
    Palavra maravilhosa e esclarecedora, obrigado pelo carinho e dedicação aos textos.

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    1. Eu quem agradeço sua gentileza.
      Fico muito contente por meus textos estarem proporcionando tantas reflexões.

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