20 abril 2012

DETALHES

As urgências diárias, sejam elas de médio ou longo prazo, nos levam a focar em um objetivo, e assim não nos atentamos para o processo envolvido na busca dele. Ou seja, enxergamos a “partida e a chegada, mas não observamos a paisagem durante o trajeto”. Em uma palestra a psicóloga Yolanda Cintrão Forghieri contava sobre o fato de um dia um professor seu chamar-lhe a atenção para a necessidade em se observar pequenos detalhes; como o balançar de folhas de uma árvore, ou a satisfação em sanar a sede ao degustar um “saboroso” copo de água. Segundo ele, ao desviarmos nossa atenção dos detalhes existentes ao nosso redor, deixamos de apreciar pequenos detalhes os quais poderiam nos surpreender por sua beleza ou, quiçá, pelo prazer que nos proporcionasse. Atualmente, com as solicitações comerciais para o prazer imediato associado ao possuir, é comum não percebermos como chegamos a determinado “ponto”. Experimenta-se ansiedades das mais variadas, permeadas de síndromes com nomes cada dia mais sofisticados e surpreendentes. Busca-se fórmulas mágicas para tudo, desde a cura de uma doença ao desenvolvimento de um corpo perfeito. O tempo urge e precisamos correr para alcançarmos sabe-se lá o que. O importante é chegar. Porém, se voltarmos nossa atenção ao professor da psicóloga Yolanda e refletirmos um pouco acerca de seu comentário, poderemos aventar a possibilidade de talvez estarmos deixando passar algo desapercebido. E, desse modo, perdendo a oportunidade de apreciar algum detalhe que poderia nos proporcionar alguma satisfação. As oportunidades de exageros atuais nos conclamam a nos envolvermos em decisões rápidas, as quais nem sempre representam o que realmente queremos. Contudo, sem atentar para os detalhes do processo, podemos não ser capazes de percebermos o que houve. Então, se nos propusermos a buscar formas de observar a paisagem durante qualquer trajeto, podemos incorrer em um grande risco de nos surpreendermos com sua beleza. Assim, diante do prazer e satisfação, acabaremos por nos “distrair”, chegaremos ao término da viagem sem nos darmos conta das dificuldades e desprazeres envolvidos nela.

 Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br

4 comentários:

  1. Márcia boa noite. Como no meu comentario em Voracidade, reafirmo que para ultrapassar a si mesmo o homem tem que transgredir e não deve perder de vista os detalhes no seu caminhar, na sua cotidianidade porque eles fazem parte de um processo dialético e humano. um abraço maria

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  2. #Perfect

    Não sei se me farei entender, mas tentarei assim mesmo. Houve um tempo em que os homens alcançaram um nível de conhecimento muito alto, pelo menos ao que diz respeito a época em que eles viveram, e mesmo assim, se depararam com a "falência" deste conhecimento. Disseram a si mesmos: construiremos uma torre, a famosa "torre de babel" e subiremos ao céu, seremos como Deus, possuindo o conhecimento e nada mais nos será impossível", com a mesma velocidade com que construiram a torre, ela se desfez em "pedaços de línguas", que percorreram até os tempos modernos. Penso que a humanidade está reconstruindo a "torre de babel" novamente, e como nos filmes, novelas, séries, tudo se repete. Então por que não optar pelo que temos de mais belo, "os detalhes" da vida que passam desapercebidos: um olhar, um sorriso, um abraço, um toque, uma brisa, em fim, pra que tanta velocidade se já podemos perceber a onde vamos chegar?

    Agradeço pela reflexão e também por seu carinho, quando responde meus comentários. Existem detalhes que não podemos deixar passar, e o cuidado que você tem é um destes. Bjs

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    1. Parece que o nosso crescimento ocorre sempre numa espiral, ele ocorre inevitavelmente, mas muitas vezes temos que repassar algumas lições.
      No entanto, os detalhes são fundamentais com certeza!!
      Obrigada por seu carinho e seu comentários sempre são acréscimos muito bem vindos.
      Cuidado é um detalhe indispensável para qualquer relação que estabelecemos em nossa caminhada.
      Beijos.

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